Continuação da SÉRIE | Dez falácias sobre o Conservadorismo — “São fanáticos religiosos” (1); “São contra a evolução, contra as inovações” (2).
3) Terceira falácia – Que somos patrimonialistas: O quê vem a ser o patrimônio acumulado? Em termos financeiros deveria ser o conjunto de todos os bens resultantes do trabalho honesto acumulados para, suficientemente, prover o sustento para si e para os seus, no cotidiano e na velhice, de modo a assegurar a dignidade humana em suas necessidades gerais, sem incorrer-se em ganância ou usura, muito pelo contrário, baseado na distribuição responsável e na fraternidade, que advém de princípios e de valores religiosos e de saudável convivência social.
Ora, se de modo honesto e digno obtenho meios para prover a subsistência própria e de familiares, partilhando o excedente – às vezes nem tanto – para minorar as fragilidades de outros concidadãos, estimula-se, ao mesmo tempo, o trabalho e a solidariedade diretamente entre cidadãos, sem que haja a necessidade de expropriação, por parte de uma Superestrutura, o Estado, que se encarregará de buscar junto a quem produz ou tem, excedentes, para os padrões determinados por representantes estatais, e partilhará tais recursos, de forma inominada ou propositadamente nominada, em favor das autoridades estatais, para atribuir-lhes o papel de benevolentes e estabelecer laços de gratidão por quem beneficiado com o recurso disposto por outras famílias a quem se impôs esta perda patrimonial, nem sempre voluntária, e que denomina ironicamente de “contribuição”. E quando as pretensões de assistência estatal se agigantam, muitas vezes no afã de estabelecer um patrimônio para pretensamente “servir” a todos, termina por mal servir a muitos e, não raro, a impor subtrações patrimoniais que chegam a inviabilizar a dignidade de famílias e de contribuintes individuais, penalizando todos, exaurindo a capacidade de investimentos e de melhoria de vida destes.
Assim sendo, melhor seria que as próprias famílias, segundo os seus valores e capacidades, fossem os executantes em efetivo dessa redistribuição de patrimônio, posto que, em realidade o são, e não um Estado agigantado e, também não raro, pouco eficiente neste propósito. É, portanto, pura falácia que os conservadores desejam e acumulam capital apenas para si mesmos e para os seus descendentes em detrimento do restante da sociedade. Muito pelo contrário, é justamente desse capital acumulado que surgem investimentos em novos negócios, em inovações que geram oportunidades de geração de emprego e renda para grande parte da população, em especial em períodos de escassez econômica.
Continua…
SÉRIE | Dez falácias sobre o Conservadorismo —“São fanáticos religiosos” (1); “São contra a evolução, contra as inovações” (2),“São patrimonialistas” (3), “Nazistas e fascistas eram conservadores” (4),“São demofóbicos” (5), “São homofóbicos” (6),“São misóginos” (7),“São racistas” (8); “São xenófobos” (9),“São covardes e violentos” (10)
Essa série foi publicada pelo colunista Antonio Nunes Barbosa Filho originalmente no site do Movimento Docentes Pela Liberdade (DPL).