O Twitter censurou e rotulou outro tweet do Presidente dos EUA, Donald Trump, na terça-feira (6), acusando-o de espalhar “informações enganosas e potencialmente prejudiciais” sobre a pandemia do vírus chinês.
Trump tuitou na manhã de terça-feira (6), depois de receber alta do hospital, avisando os americanos que eles precisariam aprender a conviver com a covid-19 e que a economia dos EUA não seria fechada novamente.
“A temporada de gripe está chegando! Muitas pessoas todos os anos, às vezes mais de 100.000, e apesar da vacina, morrem de gripe. Vamos fechar o nosso país? Não, aprendemos a conviver com isso, assim como estamos aprendendo a conviver com Covid, na maioria das populações muito menos letais !!!”, escreveu Trump.
Flu season is coming up! Many people every year, sometimes over 100,000, and despite the Vaccine, die from the Flu. Are we going to close down our Country? No, we have learned to live with it, just like we are learning to live with Covid, in most populations far less lethal!!!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) October 6, 2020
O Twitter colocou no tweet de Trump um rótulo que diz:
“Este tweet violou as regras do Twitter de divulgação de informações enganosas e potencialmente prejudiciais relacionadas à COVID-19. No entanto, o Twitter determinou que pode ser do interesse público que o Tweet permaneça acessível”
Trump, que está se recuperando da covid-19 após uma internação hospitalar de três dias, está em guerra com o Twitter desde maio, quando executivos da empresa começaram a censurar seus tweets e o acusaram de “glorificar a violência”.
Pouco depois de o Twitter ocultar o tweet na terça-feira (6), Trump disparou outra mensagem: “REVOGUE A SEÇÃO 230 !!!”
A mensagem é um aviso aos gigantes da mídia social que recebem proteções de responsabilidade legal pela Seção 230 da Lei de Decência nas Comunicações (Communications Decency Act), que estipula que as plataformas não são responsáveis pelo material publicado em suas redes.
O Presidente americano tentou revogar essa medida e assinou em maio uma ordem executiva que iniciaria uma revisão das leis que protegem o Twitter, Facebook e Google da responsabilidade por postagens de usuários em suas plataformas. A ordem executiva passa a responsabilizar a rede social que restringir e suspender contas de usuários e conteúdos de perfis injustamente nas plataformas.
“Um pequeno punhado de poderosos monopólios de mídia social tinha poder irrestrito para censurar, restringir, editar, moldar, ocultar, alterar virtualmente qualquer forma de comunicação entre cidadãos privados ou grandes audiências públicas”, disse Trump durante a assinatura da ordem na Casa Branca.
“Não podemos deixar que isso continue acontecendo, é muito, muito injusto”, declarou ele.
Embora o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, tenha dito que não acha que as plataformas de mídia social deveriam verificar os fatos do discurso político, o Twitter deu um passo sem precedentes de rotular e censurar os tweets de Trump.
A empresa tomou anteriormente a iniciativa de rotular também dois dos tweets do presidente americano como “divulgadores de desinformação” em maio, depois que ele alegou que a votação por correspondência causaria uma fraude galopante e resultaria em uma “eleição fraudulenta”, adicionando links de “verificação de fatos” aos memorandos.
O Twitter também colocou um “aviso de interesse público” em outro tweet de Trump sobre os protestos violentos e destrutivos do BLM em Minneapolis, dizendo que promoveu a “glorificação da violência”. E também removeu repetidamente mensagens de Trump que incluíam fotos ou vídeos que estavam sujeitos a reivindicações de direitos autorais de seus proprietários, ou memes que a plataforma considerou “mídia manipulada”.
Apoiadores de Trump acusaram os executivos do Twitter de serem politicamente motivados e censurarem o Presidente dos EUA.