Por Eduardo Vieira. Professor de Ciências e Matemática e Vice-diretor da Associação Docentes Pela Liberdade (DPL) do Rio de Janeiro.
Recentemente tivemos a definição da Base Nacional Comum Curricular, que é a descrição do conteúdo que será indicado para as escolas públicas brasileiras. Essa definição é complicada, envolve múltiplas reuniões de diversos grupos, em sua maioria totalmente contaminados pela ideologia esquerdista. Mas por conta do enorme esforço dos que lutam de fato por ensino de qualidade e pela extrema rejeição popular ao assunto, a parte de ideologia de “gênero” ficou de fora. Foi uma pequena vitória num documento repleto de erros.
Mas esta pauta é essencial para os interesses de certos grupos de esquerda, particularmente do PSOL e dos integrantes de movimentos ativistas LGBT. E o PSOL entrou com uma ação de inconstitucionalidade no STF (ADI 5668), exigindo nos tribunais o que não conseguiu num ambiente minimamente democrático. Essa ação está agendada para ser votada no próximo dia 11 de novembro e é assunto de vital importância.
As peças do processo se encontram listadas no link abaixo:
http://redir.stf.jus.br/estfvisualizadorpub/jsp/consultarprocessoeletronico/ConsultarProcessoEletronico.jsf?seqobjetoincidente=5148159
Basicamente, o PSOL sugere que é obrigatória a especificação do uso de medidas para combater o “bullying homofóbico e transfóbico”. Evidentemente esse é, segundo minhas observações, apenas um pretexto e posso provar isso agora mesmo.
Qualquer perseguição entre alunos é vedada, obviamente. Mas nenhuma palestrinha teria jamais o poder de resolver esse problema. Podemos concordar que a única coisa capaz de resolver o problema de ações nocivas de alunos contra alunos é a autoridade do professor em sala de aula. Isso vai além do óbvio, é indiscutível.
E adivinhe qual o partido que sempre lutou contra a autoridade do professor, do pai, da polícia, de Deus? Enfim, sempre lutou contra a mesma força que poderia ajudar um aluno sendo perseguido, seja por qual motivo for? Ele mesmo, o PSOL.
Então, por que eles consideram isso tão importante? É simples e diabólico. Lembram-se de Marcel Duchamp e sua apresentação de um mictório como obra de arte? Seu objetivo autodeclarado era acabar com a arte. Sim, pois se uma louça de banheiro fosse considerada arte (não é, deixo claro), então qualquer coisa seria arte. Seguindo a lógica, se qualquer coisa é arte então não existe mais arte.
A ideia do PSOL e de boa parte da esquerda é fazer com o sexo biológico o mesmo que tentaram fazer com a arte. Enfiam algumas dezenas de denominações inexistentes e se isso “colar” o conceito de sexo simplesmente acaba. E é essa destruição conceitual que lhes interessa, e nada mais.
Há quem afirme que se houvesse uma explosão de violência contra gays nas escolas eles ficaram exultantes, pois facilitaria a imposição de toda essa agenda. Mas a verdade é que mesmo essa violência é fundamentalmente inventada. Existe bullying por essa motivação, mas também existe contra gordos, magros, nerds, botafoguenses, usuários de óculos e qualquer diferente que apareça.
Especificar não resolve então a violência, mas permite que os professores-militantes possam dedicar horas de aula doutrinando os alunos quanto à inexistência de diferenças entre os sexos. E aí vemos meninos de 5 anos de idade voltando para casa de unhas pintadas e palestras para crianças de 8 em que o “palestrante” sugere que as crianças experimentem sensações corporais “explorando” o corpo dos coleguinhas.
Para impedirmos a reabertura dessa porteira de horrores, precisamos pressionar os parlamentares, o quanto antes. Ligue para o gabinete do deputado e do senador que você elegeu. Fale para o atendente que você é furiosamente contra essa ADI 5668. Peça para que o parlamentar se manifeste publicamente. Avise seus amigos.
Fale para aquele candidato a vereador! Essa é uma hora ótima para que eles façam algo útil durante a campanha. Estão mobilizados e podem usar a exposição para sugerir a mesma linha de ação.
Ou a sociedade se ergue e combate esse golpe antidemocrático com força e persistência ou o STF vai permitir essa vitória ao PSOL.
[Em tempo: O artigo faz parte de um esforço do movimento Docentes pela Liberdade (DPL) em trazer pensadores competentes e capazes de agregar análises relevantes para o cenário nacional. As opiniões expressas no artigo não reproduzem, necessariamente, as posições do DPL ou Conexão Política.]
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