Um grupo internacional de treinamento de polícia com sede nos EUA distribuiu um documento online que exortava as agências policiais locais a abordar os movimentos violentos ativistas de esquerda, Black Lives Matter e Antifa, como terroristas. No entanto, após pressão externa, o documento foi removido, segundo informações da Associated Press (AP).
A International Law Enforcement Educators and Trainers Association (ILEETA) divulgou o documento intitulado “Compreendendo a Antifa e a Guerra de Guerrilha Urbana”, que aconselha os leitores a pensar na Antifa ou BLM como “guerrilha urbana ou terrorista”.
“A Antifa e a Black Lives Matter não têm intenção de negociar. São movimentos revolucionários que visam derrubar o governo dos Estados Unidos”, afirma uma cópia arquivada do documento. “Muitos de nós que temos conhecimento da guerra de Quarta Geração e estamos preocupados com os recentes eventos nos EUA é porque fomos a guerras no Iraque e no Afeganistão e testemunhamos esse tipo de organização de grupos terroristas, criando insurgências e as horríveis consequências disso.”
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O documento prosseguiu afirmando que a Antifa é composta de “idiotas úteis” e que ambos os grupos são frentes da Rússia e da China.
“A Antifa é financeiramente e taticamente patrocinada pelas potências em Moscou por meio de George Soros e seus seguidores. Black Lives Matter é supostamente financiado pela China e esse dinheiro é então doado ao Partido Democrata por meio do Act Blue, que facilita doações para organizações democratas e de esquerda”, afirmou o documento.
O texto cita ainda a técnica de “doxing” de ambos os grupos para intimidar os adversários, revelando suas identidades, endereços, empregos e outras informações privadas publicamente.
“Guerrilheiros urbanos e terroristas também procuram quebrar a estrutura social existente e estimular um sentimento geral de insegurança e desorientação. […] Tais condições geralmente beneficiam os guerrilheiros urbanos e terroristas porque desacreditam as autoridades governamentais. Ao mesmo tempo, força a população a ficar do lado de qualquer grupo que esteja em posição de fornecer proteção e/ou aplicar coerção.”
De acordo com a Associated Press, o grupo distribuiu um link para o documento de 176 páginas em outubro, mas removeu a declaração do site da organização na quinta-feira (3).
Mesmo assim, o diretor-executivo da associação defendeu o documento, chamando-o de uma opinião aberta a críticas e debates. Ele insistiu que a ILEETA incentiva a troca aberta de ideias em um esforço para melhorar o treinamento em justiça criminal.
“Sempre haverá diferenças de opinião sobre questões de treinamento, mas contanto que as divergências permaneçam profissionais e não pessoais, não censuramos essas ideias”, disse Harvey Hedden. “Estou disposto a permitir que o treinador avalie as informações por conta própria.”
Ele argumentou que restringir o documento seria censura e publicá-lo permitiria que outros treinadores o criticasse.