Internacional

Trump avalia retaliação contra expulsão de jornalistas americanos da China

O presidente norte-americano Donald Trump disse ontem (24), na Índia, que avalia uma resposta contra o governo chinês que expulsou na semana passada três jornalistas — dois americanos e um australiano — do Wall Street Journal do país. Ainda não se sabe, porém, o tipo de retaliação que será dada pelos Estados Unidos.

 

“Vamos ver isso. É algo que eu não gosto de ver”, disse Trump. “Não acho justo, porque damos um acesso muito bom [aos jornalistas chineses]. Talvez algumas pessoas digam que damos [até] muito [acesso]. Eu não acredito nisso. Acho que damos um acesso muito bom. Portanto, não acho que seja justo, mas teremos uma decisão sobre isso em breve”, completou.

Na segunda-feira (24) o Conselho de Segurança Nacional dos EUA (NSC, em inglês) disse que condena a expulsão dos profissionais americanos e acusou a China de censura ao tentar impedir que o mundo saiba o que acontece no país.

“Os Estados Unidos condenam a expulsão de Pequim de três correspondentes estrangeiros do Wall Street Journal”, disse o porta-voz da NSC, John Ullyot, em comunicado.“Essa expulsão é mais uma tentativa de controlar a imprensa e impedir que os leitores do mundo e os investidores leiam histórias importantes sobre a China”.
Na semana passada o governo dos EUA disse que está designando cinco grandes grupos de comunicação estatais chineses como “missões estrangeiras”, o que obrigaria a China a declarar aos EUA informações sobre pessoal e patrimônio dos veículos em solo americano. Os alvos da decisão são Xinhua News Agency, China Radio International, China Global Television Network e distribuidores dos jornais China Daily e People’s Daily.

Histórico

A decisão da China de expulsar os três jornalistas veio justamente após o anúncio da designação dos grupos chineses como missões estrangeiras, revelando um incomodo real por parte do Partido Comunista Chinês com as consequências da designação proposta pelos americanos. Os comunistas, porém, negam que o motivo tenha sido este mas sim uma coluna de opinião do WSJ com o título “O verdadeiro doente da Asia”, o que de qualquer maneira confirmaria a tese de censura.