Na tarde desta quarta-feira (18), facções de direita se reuniram no gabinete do primeiro-ministro em Jerusalém, decidindo estabelecer um “bloco de direita”. O bloco, liderado pelo primeiro-ministro Netanyahu, trabalhará para o estabelecimento do próximo governo.
Foi decidido formar uma equipe conjunta de negociações da coalizão para todas as facções do bloco. Além de Netanyahu, a reunião contou com a participação do ministro Yariv Levin e dos chefes das facções: Yaakov Litzman, Moshe Gafni, Naftali Bennett, rabino Rafi Peretz, Ayelet Shaked e Bezalel Smotrich.
Mais tarde nesta noite, Netanyahu se juntará aos membros do Likud, para uma audiência preliminar sobre os resultados das eleições que deram o direito a menos do que os 61 assentos necessários para obter o mandato, para formar o próximo governo.
“Decidimos, por unanimidade, que devemos seguir juntos para negociar um governo liderado por mim. Uma vez estabelecido o bloco de direita, há duas opções: um governo liderado por mim ou um governo perigoso que dependerá dos partidos árabes. Todo esforço será feito para evitar um governo tão perigoso”, disse Netanyahu no Twitter.
“Neste momento, mais do que nunca, um governo que depende dos partidos árabes antisionistas não deve ser estabelecido. Todo esforço é feito para evitar um governo tão perigoso. É nosso compromisso com a segurança do Estado de Israel, é nosso compromisso com nossos constituintes”, completou o primeiro-ministro em uma declaração no Twitter.
Contagem informal
De acordo com uma contagem informal de 90% dos votos nas eleições de terça-feira (17) para o 22º Knesset, o Blue and White (Azul e Branco) têm uma ligeira vantagem sobre o Likud. O bloco da direita tem 55 assentos e o de centro-esquerda tem 56. Ambos os números não incluem os 9 do Yisrael Beytenu.
O Blue and White tem 32 assentos, o Likud 31, Lista Conjunta Árabe 13, Shas 9, Yisrael Beytenu 9, Judaísmo Torá Unido 8, Yamina 7, Trabalho-Gesher 6 e a União Democrática tem 5 assentos.
Decisivo
O partido Yisrael Beytenu, de Avigdor Liberman, provavelmente será o fator decisivo para determinar quem chefiará o próximo governo de Israel – Benyamin Netanyahu ou Benny Gantz.
O partido Yisrael Beiteinu é liderado por Avigdor Lieberman, natural da Moldávia e residente em Israel desde 1978. Lieberman foi militante e Diretor-Geral do partido Likud, que abandonou por entender que Benjamin Netanyahu tinha feito demasiadas concessões à Autoridade Palestiniana. Em particular Lieberman opôs-se a planos que previam a divisão da cidade de Hebrom, na Cisjordânia.
O partido deseja estimular a criação de um ambiente socioeconômico favorável aos judeus que desejem realizar a aliá (imigração) para Israel. Defende uma linha dura ao nível das negociações com os palestinianos e os estados árabes. Além disso, advoga uma transferência da população árabe de Israel para a Cisjordânia, como forma de evitar – no futuro – uma maioria árabe no Estado israelita.
O Yisrael Beiteinu defende um sistema presidencialista para Israel.
Benny Gantz e os árabes
O líder centro-esquerda do Blue and White, Benny Gantz, espera “um bom governo de unidade” – mas não menciona a cooperação com o primeiro-ministro Netanyahu.
“Vamos esperar para ver quais serão os verdadeiros resultados. E desejamos à nação de Israel um bom governo de unidade”, disse Benny Gantz.
Gantz não quis se sentar com o primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu. No entanto, ele já conversou com o árabe Ayman Odeh, líder do Hadash, partido político judeu-árabe de orientação socialista, que pode ter conseguido 12 assentos, sobre ingressar no próximo governo.