A rede de supermercados alemã, Lidl, causou a indignação de muitos na Holanda. Para não ofender seus clientes muçulmanos, o supermercado substitui a palavra “Natal” por “festa” em seus produtos nos catálogos e prateleiras.
Sem “estola de Natal”, mas “pão de festa”. Sem “café da manhã de Natal”, mas “café da manhã de festa”. Uma “guirlanda de Natal” é agora uma “guirlanda”. E as famílias celebrarão um “jantar festivo”, e não uma “Ceia de Natal”. No novo catálogo de produtos, não será mais encontrado a palavra Natal e muito menos um presépio. Um “suéter de Natal” virou uma “roupa de festa”, e outras roupas natalinas são agora apenas “fantasias”.
Reações
Na Holanda, o partido de direita, Fórum para a Democracia, publicou um vídeo no Facebook no qual é mostrado o novo catálogo do supermercado e a ausência da palavra “Natal”. Nas reações do vídeo, muitos criticaram a decisão polêmica do Lidl em optar pelo “politicamente correto” em seu catálogo.
“Todas as nossas tradições estão sendo arrancadas. Tudo para não ofender os muçulmanos”, reagiu um holandês.
“Você decora uma ‘árvore de festa’ com ‘bolas de festa’? No ‘Feriado’ vamos ao ‘jantar de festa’! Estamos caminhando para um futuro sombrio”, publicou Alexander ten Hoopen.
“Boicote esse supermercado. Não compre mais nessa rede, porque ela não participam mais do Natal”, disse Willy Jacob.
O político holandês de direita e líder do partido PVV, Geert Wilders, também publicou sua indignação no Twitter.
“Nada de Natal, nada de Páscoa, mas produtos islâmicos Halal, Ramadã e celebração de sacrifício pode”, disse Wilders
Politicamente correto
O politicamente correto está aos poucos transformando a sociedade europeia. E infelizmente, não é uma transformação positiva.
Em abril desse ano, cruzes foram cobertas com pano em um cemitério italiano em Bolonha, também para evitar “ofender muçulmanos”. O cemitério também instalou cortinas escuras motorizadas em uma capela local para esconder símbolos católicos romanos durante cerimônias envolvendo outras denominações.
A líder do partido conservador Irmãos da Itália, Giorgia Meloni, também comentou o caso na época.
“Usando a desculpa do respeito pelos outros, eles não têm respeito pela nossa cultura católica e nossas tradições. A esquerda está além do fanatismo. Isso é delírio ideológico”, disse Meloni.
A celebração das festas cristãs continua sendo uma grande tradição na Holanda e em outros países europeus. Anteriormente, a loja de departamentos Hema recebeu muitas críticas porque trocou a “festa da Páscoa” por “banquete com coelhinhos e ovos”. Os holandeses então, descreveram que a atitude da Hema mostrava sua “queda” pelo Islã.
A preocupação com o politicamento correto fez com que varejistas se sintam pressionados em não ofender muçulmanos. No entanto, acabam por ofender grande parte da população que por centenas de anos celebra festas cristãs na Europa. Afinal, o Natal é a data escolhida para a celebração do nascimento de Cristo e a Páscoa, para a celebração da Sua morte e ressurreição.
As decorações natalinas, as luzes e os presépios, ainda podem ser vistos por toda a Europa nos meses de Novembro e Dezembro.
Após o mar de críticas de consumidores holandeses nas redes sociais, o Lidl publicou uma nota informando que uma grande campanha de Natal está chegando.