O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o ataque terrorista em uma sinagoga em Halle, na Alemanha, que matou duas pessoas na quarta-feira (9), é “uma prova de que o antissemitismo na Europa está aumentando”.
O ataque antissemita ocorreu durante o Yom Kipur, o dia mais sagrado do calendário judaico. Testemunhas dizem que o terrorista tentou, mas não conseguiu entrar na sinagoga, onde 70 a 80 pessoas estavam dentro participando de culto.
Então, o terrorista matou duas pessoas, enquanto atirava do lado de fora da sinagoga, próxima a uma lanchonete de kebab.
“Em nome do povo de Israel, envio condolências às famílias das vítimas e desejo uma rápida recuperação dos feridos. Peço às autoridades alemãs que continuem a tomar medidas contra o antissemitismo”, disse Netanyahu.
Na quarta-feira (9), a polícia alemã disse que havia feito uma prisão, embora não estivesse claro se outros agressores estariam envolvidos no ataque.
A revista Der Spiegel informou que o terrorista é um homem de 27 anos, do estado da Saxônia-Anhalt, que é onde Halle está localizado. Os investigadores têm um vídeo que o agressor filmou, antes e durante o ataque.
O site de transmissão ao vivo, Twitch, disse que um vídeo das filmagens do ataque foi transmitido ao vivo através de sua plataforma, por 35 minutos.
A empresa disse que “trabalhou com urgência para remover este conteúdo” e alertou que qualquer conta que estivesse publicando ou compartilhando o conteúdo do ato repugnante seria permanentemente suspensa.
Ainda não ficou claro quem postou o vídeo do ataque no Twitch.
O presidente israelense Rivlin disse estar “atordoado e magoado” pelo ataque.
“Peço aos líderes da Alemanha e do mundo livre que levantem toda a força da lei contra o antissemitismo e seus resultados. Continuaremos a fazer campanha por educação e pela conscientização do combate ao antissemitismo, que levanta sua cabeça repetidamente na Europa e em todo o mundo, com base no entendimento claro de que não é um problema apenas dos judeus, mas ameaça destruir a todos nós”, disse Rivlin.
Mais ataques
Em maio, o Escritório Central para o Judaísmo Europeu e o Congresso Judaico Europeu publicaram um novo relatório sobre o número de ataques antissemitas no mundo. As organizações mostraram que o número de ataques violentos aumentou 13% em 2018, excluindo Israel.
Na Alemanha, só no ano passado, os ataques violentos contra judeus quase dobraram.
Em 2018, o Reino Unido viu um número recorde de incidentes antissemitas, de acordo com um relatório do Community Security Trust (CST).
“A CST registrou 1.652 incidentes antissemitas no Reino Unido em 2018, o maior total já registrado em um único ano civil. Este é um aumento de 16%, em relação aos 1.420 incidentes antissemitas registrados pela CST em 2017, o que era um recorde anual total”, diz o relatório.
Nova diáspora
Muitos judeus estão pensando em deixar a Europa para encontrar segurança em Israel.
Há uma preocupação em vários países europeus de uma nova e terrível onda de antissemitismo que varre a Europa Ocidental e possivelmente será visto mais judeus chegando a Israel.