Nesta segunda-feira (30), a presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, anunciou que o embaixador mexicano e cônsules espanhóis foram mandados embora do país.
A decisão da presidente interina foi tomada depois que foi anunciado que o México havia aberto um processo contra a Bolívia na Corte Internacional de Justiça em Haia, porque funcionários mexicanos estariam sendo “intimidados” na embaixada na capital boliviana La Paz.
As relações entre os dois países esfriaram depois que o presidente socialista do México, Andrés Manuel López Obrador, concedeu asilo político ao ex-presidente boliviano, Evo Morales, no mês passado.
Além do embaixador mexicano, dois diplomatas espanhóis devem deixar a Bolívia. Segundo o novo governo boliviano, os cônsules espanhóis escolheram defender o México no conflito diplomático.
Em resposta à Jeanine Áñez, a Espanha anunciou que três diplomatas bolivianos também devem deixar a embaixada em Madri.
Evo Morales
O governo interino da Bolívia classificou o ex-presidente Evo Morales como terrorista e ele agora entrou na lista azul da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol). A notificação azul da Interpol significa que os Estados membros devem informar o paradeiro do investigado.
O ministro do Interior boliviano, Arturo Murillo, disse que Morales deveria passar a vida na prisão por “terrorismo e sedição”.
O ministro pediu que Evo Morales, ex-presidente socialista da Bolívia seja preso pelo resto de sua vida.
Citando gravações de áudio de Morales que direcionam os bolivianos a “estrangular” economicamente as cidades bolivianas com bloqueios de estradas, o ministro do Interior acusou o ex-presidente de terrorismo e sedição e disse que “qualquer terrorista deve passar o resto de sua vida na prisão”, em entrevista ao jornal Guardian publicada no final de novembro.
Morales foi deposto, após semanas de protestos populares e greves devido às fraudes eleitorais.
Limpeza política
Desde a queda do socialista, a Bolívia passa por um novo período de limpeza política e reorganização governamental. No entanto, a esquerda continua causando agitação. Apoiadores do MAS (Movimiento al Socialismo) se mobilizaram para causar instabilidade e caos no país. O governo interino respondeu a isso com ações de segurança para que a ordem volte no país.
A presidente interina da Bolívia assinou uma lei que anulou os resultados da eleição de Morales e o impediu de concorrer à próxima, que deve ser realizada nos próximos meses. A lei recebeu o apoio unânime do Congresso.
Jeanine Áñez está preparando seu país para que novas eleições sejam realizadas rapidamente e a democracia seja reestabelecida.
Política externa
Áñez rapidamente montou um gabinete de transição e transformou a política externa do governo boliviano. Ela reconheceu o presidente interino venezuelano Juan Guaidó, se aproximou de países democráticos como o Brasil e os EUA, e classificou o ex-presidente Evo Morales como terrorista.