O bilionário e cofundador da Microsoft, Bill Gates, disse à CNN no domingo (13) que a vida não vai voltar “totalmente” ao normal pelo menos até 2022.
O repórter da emissora, Jake Tapper, perguntou a Gates quando ele achava que a vida voltaria “totalmente” ao normal, sem máscaras, distanciamento social ou medidas de proteção.
“Certamente, no verão [americano], estaremos muito mais perto do normal do que estamos agora”, respondeu Gates. “Mas mesmo até o início de 2022, a menos que ajudemos outros países a se livrar desta doença, e tenhamos altas taxas de vacinação em nosso país, o risco de reintrodução estará lá e, claro, a economia global será desacelerada, o que prejudica a América economicamente de uma forma bastante dramática”, acrescentou.
Gates disse que eventos como grandes reuniões públicas ainda serão proibidas durante o verão. “Mas agora podemos ver isso entre 12 e 18 meses e temos uma chance, se administrarmos bem, de voltar ao normal”, disse.
O bilionário também afirmou que os bloqueios devem continuar com bares e restaurantes fechados pelos próximos seis meses.
Gates aproveitou a oportunidade para atacar o atual presidente dos EUA, Donald Trump, dizendo que sua relutância em conceder a eleição está de alguma forma “complicando” a distribuição de vacinas.
“A transição está complicando [as coisas], mas o novo governo está disposto a contar com especialistas reais e não atacar esses especialistas”, disse Gates, sem explicar quais ‘especialistas’ Trump está atacando ou como a vacina que o mandatário americano ajudou a acelerar, e agora está pronta para ser lançada, está sendo retida.
Em outubro, Bill Gates declarou que o mundo não voltaria ao normal até que “muitas pessoas” tomem uma segunda vacina “supereficaz” contra o vírus chinês, que pode levar anos, segundo a Reuters.
“Na semana passada, nós, Gates, previmos que o ‘melhor cenário’ para um retorno ao normal seria o final de 2021, uma data que foi qualificada com a ressalva: ainda não sabemos se essas vacinas terão sucesso”.
O cofundador da Microsoft também sugeriu ainda que os governos mundiais precisam “pensar” em maneiras de “reduzir a hesitação da vacina”, em face das “teorias da conspiração” anti-vacinas.
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Em novembro, Gates se reuniu com os CEOs de dez das maiores empresas farmacêuticas do mundo para fomentar planos para lançar a vacina contra o vírus chinês globalmente. Cada CEO concordou em se comprometer a fornecer acesso “justo” em todo o mundo à vacina quando ela estiver pronta.
A Fundação Bill e Melinda Gates, em parceria com o ‘The Wellcome Trust’, desenvolveu um ‘plano de saúde global’, revelado por Gates na ONU em setembro, quando ele pediu uma revisão da capacidade das grandes farmacêuticas de fabricar “vacinas e tratamentos”.
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Gates disse na reunião que “o mundo precisa de uma estratégia abrangente; uma abordagem coerente para financiar e fabricar bilhões de doses de vacinas, testes e medicamentos; e uma rede para monitorar novas ameaças”.