O coronavírus está se espalhando pela Europa e o número de infecções na Itália está aumentando rapidamente. Segundo o primeiro-ministro italiano, isso foi causado por um erro cometido na semana passada em um hospital em Codogno, norte da Itália, a 60 km de Milão.
Codogno é um município da região italiana da Lombardia, com cerca de 16.000 habitantes. Um dos habitantes é Mattia, 38 anos, cujo sobrenome não foi divulgado. Mattia trabalha para a multinacional Unilever no município vizinho de Casalpusterlengo.
Na quarta-feira passada (19), ele mesmo fez o check-in no hospital de Codogno, porque ficou doente por vários dias. Ele acabou sendo diagnosticado como portador do novo coronavírus Covid-19, que matou mais de 2.770 pessoas em todo o mundo. Segundo o primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte, o hospital não colocou Mattias em quarentena como ditam os protocolos para tais casos.
Paciente “0” (zero)
Mattia é o chamado “paciente 1” da Itália. O Ministério da Saúde italiano está agora procurando por pessoas com quem Mattia esteve em contato há três semanas e espera encontrar o paciente “0” (zero), a pessoa que iniciou a disseminação e que também transmitiu o vírus a Mattia. A fonte ainda é desconhecida. No momento, a Itália sabe apenas que foi o próprio Mattia o “super disseminador”.
Mattia infectou pelo menos 220 pessoas, incluindo sua esposa Valentina, grávida de oito meses, familiares, amigos, médicos, equipe de enfermagem, outros pacientes e seu ambiente.
A reconstrução da vida de Mattia nas últimas três semanas não está sendo fácil. Mattia é muito alegre e tem uma vida social extensa. Nas últimas semanas, ele participou de duas competições de corrida e pelo menos um de seus amigos está infectado com o Covid-19.
Em 4 de fevereiro, o italiano de 38 anos sentou-se com amigos em um restaurante em Casalpusterlengo. Três clientes ficaram doentes, apesar de não terem contato direto com Mattia. É por isso que os serviços de saúde tentam verificar pessoa por pessoa.
Viagens de e para a Itália
Viajou ou vai viajar para a Itália? O que você deve fazer quando voltar (do norte) da Itália?
Desde que você não tenha sintomas, não há motivo para preocupação. Você também não precisa ir ao médico. A doença só é transferível quando você realmente apresenta sintomas. A portabilidade reside na tosse ou espirro de gotículas. Isso faz com que o vírus se espalhe pelo ar e infecte outros.
O período de incubação seria de no mínimo duas semanas, segundo a OMS. Certamente não é necessário ir ao médico antes do tempo.
Qualquer pessoa que esteja planejando uma viagem à Itália seria bem aconselhada a perguntar se medidas especiais se aplicam ao vírus no local de destino.
Na Itália, o vírus está se espalhando rapidamente, especialmente na região norte da Lombardia. Para alguns surtos de infecção no norte do país, como o local de Codogno, uma proibição de entrada e saída se aplica por enquanto.
Medidas preventivas
O Ministério da Saúde e a Anvisa orientam os viajantes a adotar medidas preventivas, tais como:
– Evitar contato com pessoas com sintomas respiratórios.
– Evitar contato com animais (vivos ou mortos).
– Evitar o consumo de produtos de origem animal cru ou mal cozido.
– Evitar a visitação em locais com registros de transmissão de casos suspeitos ou confirmados para a infecção humana pelo novo Coronavírus (SARS-CoV-2).
– Caso necessite de atendimento no serviço de saúde, informar detalhadamente o histórico de viagem e sintomas.
– Lavar as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos, especialmente antes de ingerir alimentos, após utilizar transportes públicos, visitar locais com grande fluxo de pessoas como mercados, shopping, cinemas, teatros, aeroportos e rodoviárias. Se não tiver acesso à água e sabão, use álcool em gel a 70%.
– Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos e outros utensílios.
– Evitar tocar mucosas dos olhos, nariz e boca sem que as mãos não estejam higienizadas.
– Proteger a boca e nariz com um lenço de papel (descarte logo após o uso) ou com o braço (e não as mãos) ao tossir ou espirrar.
Países no monitoramento do Coronavírus
O Ministério da Saúde incluiu até o momento 8 países no monitoramento de casos suspeitos do novo coronavírus: Alemanha, Austrália, Emirados Árabes Unidos, Filipinas, França, Irã, Itália e Malásia. Já estavam no critério Camboja, China, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Japão, Singapura, Tailândia e Vietnã.
Se você, ou alguém que você conhece, viajou há menos de 14 dias para um desses países e apresenta febre e mais um sintoma de doença respiratória, procure imediatamente um serviço de saúde e informe sobre sua viagem.
Saiba mais: http://saude.gov.br/novocoronavirus
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