Matéria exclusiva da Portas Abertas para o Conexão Política.
O Paquistão é um dos maiores países islâmicos do mundo. Com 96% de muçulmanos, apenas 2% da população é cristã. Não é difícil concluir que os cristãos vivem sob a opressão islâmica. A grande maioria dos cristãos vive na província de Punjab, onde ocorre a maioria dos incidentes de perseguição. A província de Sindh, perto de Punjab, também tem se tornado notória por trabalho forçado, o que afeta muitos cristãos.
O país abriga uma infinidade de grupos radicais islâmicos e testemunha uma cultura crescentemente islamizada. Grupos radicais islâmicos continuam a administrar milhares de madrassas (escolas islâmicas, nas quais ninguém sabe o que é ensinado nem como são financiadas). Eles também continuarão a agitar os cidadãos, principalmente os jovens, em todo o país, encorajando-os a agir contra as minorias religiosas, como os cristãos.
Grupos radicais islâmicos estão florescendo, apesar da contínua repressão do exército, e são usados como aliados por diferentes grupos políticos. Seu poder de mobilizar centenas de milhares de jovens, sobretudo, e levá-los às ruas permanece como uma ferramenta política e oferece uma forte alavanca para reforçar metas políticas. A crescente presença de militantes que têm os cristãos como alvo piorou a situação dos cristãos no Paquistão. Além dos cristãos históricos, os cristãos ex-muçulmanos também enfrentam essas forças hostis, mas para eles o maior perigo vem da própria família, pois abandonar o islã é uma desonra tanto para a família quanto para a comunidade.
A violência contra cristãos continua em nível máximo (16,7 pontos) desde 2016. Embora não tenha havido grandes ataques contra cristãos no país no último ano, a Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2020 constatou vários ataques de pequena escala contra comunidades cristãs, congregações e indivíduos. Isso inclui sequestro de mulheres, abuso sexual, casamento forçado, expulsão de casa e deslocamento forçado para dentro e fora do país. O Paquistão ocupa a 5ª posição na LMP e está entre os 11 países de perseguição extrema ao cristianismo.
ASIA BIBI
Um dos casos mais conhecidos de opressão islâmica e perseguição a cristãos no país, é da cristã paquistanesa Asia Bibi.
Mãe de 5 filhos, ela suportou 9 anos no corredor da morte, com acusações de blasfêmia à fé islâmica. Foram várias condenações a morte e várias vezes seus advogados recorreram à sentença e, por fim, Asia foi liberta. Mas não sem a manifestação contrária de radicais de seu país, que foram à rua ameaçando de morte, o juiz que a libertou, sua família e a própria Asia. A Suprema Corte do Paquistão a absolveu por fim em outubro de 2018.
Hoje, ela e sua família vivem no Canadá e Asia está lançando um livro contando sua experiência na prisão, sob ameaça de morte constante, em um país em que a dupla vulnerabilidade contra mulheres e cristãs é gigante.
A autobiografia, chamada “Enfim livre” (tradução livre), foi escrita com Isabell-Anne Tollet, uma jornalista que fez campanha pela libertação de Asia Bibi.
VOCÊ PODE FAZER A DIFERENÇA
Na maioria dos países do TOP 10 da LMP, incluindo o Paquistão, não há igreja visível, então as comunidades cristãs se encontram em segredo. Eles são os cristãos secretos.
Assim, todos os cristãos estão profundamente escondidos, afinal, se um cristão é descoberto, enfrenta forte pressão da família e comunidade para abandonar a fé. Deixar o islamismo é um ato de traição, portanto professar a Cristo está fora de questão. Dependendo da família, deve-se até mesmo temer por sua vida.
Para a maioria destes cristãos secretos não existe discipulado, treinamento de líderes ou mesmo Bíblias ou literatura cristã.
Algumas dessas igrejas não tem Bíblias ou outras literaturas e, além disso, em quase todos os casos não há treinamento de líderes.
Por meio da campanha Prepare cristãos do Top 10, você pode ajudar um cristão secreto que vive sua fé em segredo em um dos 10 países que estão no topo da Lista Mundial da Perseguição 2020.
Para saber mais sobre cristãos perseguidos, acesse www.portasabertas.org.br
Nota: Matéria exclusiva da Portas Abertas para o Conexão Política.