No Parlamento Europeu, o grupo Identidade e Democracia (ID), do senador italiano de direita Matteo Salvini, deve ganhar eurodeputados como resultado da saída do Reino Unido da União Europeia.
Depois que o Reino Unido deixar o bloco político, seus 73 assentos no Parlamento Europeu serão divididos em um grupo de 27 que serão distribuídos no parlamento, e 46 permanecerão adormecidos e poderão ser usados para o futuro alargamento da UE, informou o jornal italiano Il Giornale.
Dado que o grupo de Salvini não possui um único eurodeputado britânico, o grupo não perderá nenhum assento no parlamento, mas espera-se que cresça com mais 3 eurodeputados. Como resultado, o ID poderá se tornar maior que o Grupo Verde, de esquerda.
O Partido Popular Europeu (PPP), “centrista” e dominado pelo partido de Angela Merkel, também deve crescer, ganhando mais 5 eurodeputados, num total de 187, permanecendo o maior bloco do parlamento.
Espera-se que todos os outros grupos do parlamento percam mais membros do que ganhem, com a redução dos liberais de 108 para 97 eurodeputados, dos social-democratas de 154 para 148 e dos verdes de 74 para 67.
Deslocamento para a direita
As maiores perdas serão para os partidos de esquerda, garantindo que o Parlamento Europeu se desloque um pouco para a direita.
Salvini levou seu partido, a Liga, a uma vitória histórica nas eleições do Parlamento Europeu em maio deste ano, conquistando 34,27% dos votos – a primeira vitória do partido em uma eleição nacional.
Enquanto Salvini e a Liga deixaram o governo devido a confrontos com o Movimento Cinco Estrelas, a popularidade de Salvini não diminuiu, com a Liga permanecendo o partido mais popular na Itália e a aliança de direita da Liga, os Irmãos da Itália, e Forza Italia, com cerca de 50%.
As eleições europeias também viram uma vitória para a francesa da direita Marine Le Pen e seu Rally Nacional, que também compõem uma parte significativa do grupo Identidade e Democracia (ID).
Como Salvini, Le Pen também teve altos números de pesquisas nos últimos meses, levando a especulações de que uma revanche entre ela e o presidente Macron em 2022 é inevitável.