Irã pode estar planejando um ataque com mísseis de cruzeiro ou drones contra Israel, em retaliação pelos ataques recentes contra aliados iranianos do Oriente Médio, segundo informações da Rádio do Exército de Israel.
Os relatórios afirmam que Israel “já está em alerta máximo para possíveis ataques”, antes mesmo da reunião de emergência do gabinete de segurança, convocada para o início da próxima semana, no contexto das crescentes tensões com o Irã. Essa reunião será a segunda reunião neste mês, em que o gabinete de segurança de alto nível se reúne, em meio a alertas de uma crescente ameaça à segurança vinda do Irã.
Na reunião anterior, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pressionou por um projeto equivalente a 1,2 bilhões de reais (convertidos do shekel) para aumentar as defesas aéreas de seu país contra possíveis ataques com mísseis de cruzeiro.
Nos últimos dias, Netanyahu e o presidente israelense Reuven Rivlin também conversaram sobre necessidades cruciais de segurança e pediram a formação de um governo de ampla unidade, após as eleições de 17 de setembro.
Intensificação de atividades no Irã
As Forças de Defesa de Israel (IDF) disseram que o Irã parece ter intensificado as atividades e ataques com drones nos últimos meses.
Em agosto, aviões de combate israelenses realizaram ataques aéreos na Síria para impedir um ataque planejado a Israel por combatentes apoiados pelo Irã, usando drones armados.
As Forças Armadas Israelenses disseram que seu ataque visava agentes da Força Quds, da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, e milícias xiitas que planejavam enviar drones de ataque “kamikaze” a Israel, armados com explosivos.
Em setembro, um míssil de cruzeiro e um ataque de drones às instalações de petróleo da Arábia Saudita derrubaram metade da produção de petróleo do reino saudita.
No Iêmen, os rebeldes houthis, apoiados pelo Irã, assumiram a responsabilidade pelos ataques, mas a Grã-Bretanha, EUA, França, Alemanha e Arábia Saudita disseram que todas as evidências apontam para o Irã.
Alerta Máximo
Autoridades de defesa israelenses que estudaram as armas usadas no ataque às instalações sauditas concluíram que um ataque semelhante do Irã a Israel, se ocorresse, provavelmente seria lançado a partir do oeste do Iraque, onde há uma forte presença de milícias apoiadas pelo Irã.
O Irã ameaça Israel regularmente, vendo o país como um poderoso inimigo aliado aos EUA e países sunitas na região contra Teerã e suas ambições nucleares.
Israel interrompeu as operações iranianas na vizinha Síria, onde seus combatentes e os do Hezbollah lutam ao lado de forças leais ao presidente sírio Bashar Assad, desde 2011.
Israel prometeu impedir que as “milícias por procuração” do Irã obtenham armas avançadas para usar contra o Estado judeu e realizou centenas de ataques aéreos na Síria para impedir a entrega de armas e impedir o entrincheiramento militar iraniano naquele país.
No início deste mês, um alto funcionário iraniano culpou Israel, EUA e Arábia Saudita por um ataque com mísseis a um navio petroleiro na costa saudita e disse que levaria a queixa à ONU. O Irã disse que o navio Sabiti, com bandeira iraniana, foi atingido por duas explosões separadas no porto de Jeddah, na costa da Arábia Saudita no Mar Vermelho, em 12 de outubro.