[tps_footer][/tps_footer]
Sebastião Jardim disse: “quem não sabe aonde quer chegar, nunca achará como.” E é esta a sensação que tenho de nossas manifestações de rua, que tendem a se enfraquecer.
Observe as pautas de nossas manifestações de rua. Em todas elas os objetivos eram ações imediatas (instalação de CPI, vetos, impeachment de Ministros da vez, etc.). Não há uma abordagem holística, em nenhuma vi ataques a temas fundamentais, que originam os outros problemas como por exemplo o Recall Anual de Políticos (RAP) e o fim do Coeficiente Eleitoral.
Entramos num comportamento de manada, numa espécie de histeria coletiva onde questionar a falta de potência intelectual dos estrategistas pode atrair uma horda de críticos da patrulha ideológica, que usam palavras que sua mãe nunca diria a você.
É muito comum ouvirmos que o Congresso que aí está representa o povo, que nós os elegemos. É uma grande mentira! De 513 deputados eleitos na Câmara, só 27 dependeram dos próprios votos para se eleger, em 2018, ou seja, pouco mais de 5%. [010]
Isso acontece porque para ser eleito, os parlamentares precisam atingir o quociente eleitoral, que é calculado com base nos votos próprios e nos votos de toda a coligação. [020]. Portanto, não me venham dizer que a culpa é dos eleitores, a culpa é do Sistema!
Basta observar que escolhemos um Presidente conservador, no entanto o Congresso não corresponde à essa linha de pensamento como testemunhamos diariamente.
Aliado a esse problema temos a duração longa do mandato dos parlamentares, que sem a existência de um RAP, contam com o esquecimento dos eleitores até a próxima eleição.
Na verdade eu defendo um modelo disruptivo, mas como o assunto é longo, trato dele no volume um de uma série de três livros que estou escrevendo.
Como se já não bastassem esses problemas, ainda temos o das escolhas equivocadas como o item da pauta de Deltan Dallagnol na PGR e Madureira em cima de um carro de som para fazer discurso contra o Bolsonaro…
“Se você não sabe onde quer ir, qualquer caminho serve.”
(Lewis Carroll)
Enquanto não atacarmos os pontos fundamentais apenas teremos reivindicações diferentes nas próximas manifestações e continuaremos voltando no mês seguinte para as ruas.
Será que as pessoas não perceberam ainda que eles esperam a poeira abaixar para voltar a tomar as decisões estratégicas em favor da ORCRIM que se instalou no país em diversos setores?
Nosso erro estratégico está em esboçarmos os líderes esquerdistas tomando como modelo os militantes. Os líderes, ao contrário, são inteligentes, maquiavélicos, muito bem estruturados e financiados!
Enquanto não tivermos pautas fundamentais não resolveremos o problema, continuaremos correndo para apagar um incêndio aqui outro ali. Precisamos pivotar de uma vez por todas para que o Brasil vença essa guerra.
E deixo a pergunta: até quando as pessoas vão para as ruas? As ORCRIMs já devem ter essa resposta, só nós, os protagonistas não percebemos ainda.
[010] De 513 deputados eleitos na Câmara, só 27 dependeram dos próprios votos para se eleger
[020] Como funciona a eleição de deputados federais e estaduais