O presidente norte-americano Donald Trump planeja ainda esta semana, introduzir por decreto uma proibição do uso de espionagem pelas empresas de telecomunicações, informou a agência de notícias americana Reuters.
A proibição significa que as empresas norte-americanas não poderão mais fazer negócios com gigantes das telecomunicações que representem risco de segurança nacional, como a Huawei Technologies. Esta empresa chinesa é a terceira maior fabricante de smartphones do mundo e está associada à espionagem do governo do Partido Comunista Chinês.
Batalha comercial
Se Trump assinar o decreto, colocará mais pressão sobre a sua relação com a China. Os EUA vêm conduzindo uma guerra comercial com a China há meses.
Na semana passada, os americanos aumentaram os impostos sobre os produtos chineses, cerca de US $ 200 bilhões, e estão considerando taxas adicionais de importação, de cerca de US $ 300 bilhões em produtos.
Os chineses reagiram aumentando as taxas de importação, de cerca de US $ 60 bilhões em produtos americanos, a partir de 1º de junho.
Os dois países aumentaram suas tarifas em uma batalha que as autoridades dos EUA chamam de práticas de comércio desleal da China. E a China está ficando sem opções para revidar os EUA, sem que fira os seus próprios interesses.
Enquanto a pressão aumenta, o governo chinês busca fechar um acordo e evitar uma longa e desgastante guerra comercial, que apenas prejudicaria o seu próprio desenvolvimento econômico.
Porém, concordar com as exigências dos EUA de acabar com subsídios e isenções fiscais para empresas estatais e setores estratégicos, também derrubaria o modelo econômico chinês e enfraqueceria o controle do Partido Comunista sobre a economia.
Espionagem chinesa
Há alguns meses, os EUA vêm alertando outros países aliados quanto ao uso de equipamentos da Huawei em redes 5G; e de que estes sejam empregues pelo governo chinês para o roubo de informações sigilosas e ataques hackers.
Esta preocupação com a segurança nacional e a prática de espionagem por parte destas empresas chinesas, levou países como os EUA, a Austrália e a Nova Zelândia a banir a chinesa Huawei dos seus contratos públicos.
Em agosto de 2018, Trump assinou um projeto de lei que proibiu o próprio governo dos EUA, de usar equipamentos da Huawei e de outro provedor chinês ZTE Corp.
Em janeiro deste ano, promotores americanos acusaram 2 unidades da Huawei, no estado de Washington, dizendo que conspiraram para roubar segredos comerciais da T-Mobile. Além disso, também acusaram a Huawei e sua diretora financeira, Meng Wanzhou, de fraude bancária e eletrônica, em alegações de que a empresa violou as sanções contra o Irã.
Medidas de proteção
De acordo com a The Epoch Times, em abril de 2018, a Comissão Federal de Comunicações votou a favor de uma proposta para barrar o uso de um fundo governamental de US $ 9 bilhões, para a compra de equipamentos e serviços de empresas que representem uma ameaça à segurança das redes de comunicação dos EUA.
Recentemente, o presidente da Comissão Federal de Comunicações (FCC), Ajit Pai, disse que esperava que o Departamento de Comércio expressasse suas opiniões sobre como definir estas empresas, que seriam proibidas pela proposta.
Em maio, a FCC votou por unanimidade na negação da oferta da China Mobile, de fornecer serviços de telecomunicações para os EUA; e disse que está revisando aprovações anteriores semelhantes, realizadas pela China Unicom e pela China Telecom Corp.
Caráter de urgência
Na medida em que as operadoras de telefonia móvel dos EUA começaram a procurar parceiros para implantação das redes 5G, a questão assumiu uma nova urgência.
Embora as grandes empresas de telefonia móvel já tenham cortado os laços com a Huawei, as pequenas operadoras rurais continuam a depender tanto dos switches Huawei e ZTE, quanto de outros equipamentos, porque tendem a ser mais baratos.
De acordo com a The Epoch Times, a Associação Rural Sem Fio, que representa as operadoras com menos de 100 mil assinantes no país, estima que 25% de seus membros tenham equipamentos Huawei ou ZTE em suas redes.
Huawei no Brasil
Atualmente, a Huawei é a responsável pelo fornecimento da infraestrutura da internet que alcança o celular no Brasil. Conforme dados da Anatel, 81% das antenas de celular que transmitem sinal 2G, 3G e 4G para todos os aparelhos que utilizam a rede móvel, foram fabricados pela empresa chinesa.
Permitir que uma empresa chinesa de telecomunicações, controlada pela presença de um comitê do Partido Comunista Chinês, forneça tecnologia-chave para redes no Brasil é preocupante. E isto precisa ser reavaliado neste novo tempo, em que o Brasil está em uma luta política e cultural diária contra a ideologia político-cultural socialista-gramisciana.
5G no Brasil
Os provedores no Brasil já anunciaram que há planos para a rede 5G, sendo esta, importante para o alcance de uma velocidade e estabilidade maior das conexões atuais. E o ano de 2019 será decisivo para definir como a tecnologia 5G será implementada no Brasil.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) tem planos de encaminhar ao seu conselho um edital de licitação das frequências de 5G para uma aprovação. Em seguida o edital será enviado ao Tribunal de Contas da União. Porém, a política nacional para o 5G é responsabilidade do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC) e não da Anatel.
Em fevereiro deste ano, O ministro Marcos Pontes e uma delegação brasileira de parlamentares, representantes de governo e empresários foram ao maior encontro mundial da indústria móvel, o MCWC 2019, em Barcelona. Neste evento foi discutido a implementação do 5G no Brasil.
Propostas de empresas como a norte-americana Qualcomm, já estão sendo avaliadas pelo Ministério e pela Anatel, com planos para 2021/2022.
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