Os repasses do Fundo Estadual de Saúde a sete Executivos municipais no estado do Rio de Janeiro envolviam atos ilícitos protagonizados pelo governador afastado, Wilson Wizel (PSC), e seu ex-secretário de Saúde, Edmar Santos.
É o que diz a Procuradoria-Geral da República (PGR) na segunda denúncia à Justiça em que aponta Witzel como líder de organização criminosa.
Do montante total transferido aos municípios, a dupla supostamente recebia 10% do valor, configurando uma espécie de “rachadinha”, que contava com a participação de sete prefeituras (Petrópolis, São João de Meriti, Paracambi, Itaboraí, Magé, Saquarema e São Gonçalo).
Segundo o empresário e delator Edson Torres, apontado pelo MPF como operador financeiro do grupo criminoso, a Secretaria de Estado de Saúde planejou transferir R$ 600 milhões aos fundos municipais.
A destinação desse valor atenderia ao mínimo determinado pela Constituição Federal a ser aplicado na área e a divisão dos recursos seria realizada com base no porte da cidade.
No entanto, segundo Torres, os critérios não foram respeitados por Witzel e Edmar.
Ainda de acordo com a denúncia, o intuito era superfaturar obras nos municípios do interior a fim de que o lucro fosse revertido para o núcleo comandado pelo Pastor Everaldo, presidente do PSC (Partido Social Cristão).
OUTRO LADO
A Secretaria Estadual de Saúde disse que todos os contratos, convênios e repasses feitos pelo órgão estão sendo revistados pela pasta, em conjunto com a Procuradoria-Geral do Estado (PGE).
O governador afastado Wilson Witzel nega qualquer pedido ou recebimento de vantagem indevida.
A defesa do Pastor Everaldo alega que ele nunca fez parte de nenhum grupo criminoso e que suas empresas não prestaram serviço ao governo do Rio de Janeiro.
Todas as prefeituras citadas negaram envolvimento em qualquer ação criminosa.