O governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), voltou a negar participação em irregularidades cometidas em sua gestão.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o político partiu para o ataque.
Ele sugeriu uma possível ligação de Jair Bolsonaro em interferir na investigação que resultou no afastamento dele pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), sob acusação de corrupção.
“Certamente tem o dedo dele. Quem começou essa denúncia junto com a Lindôra foi o (deputado bolsonarista) Otoni de Paula. E há informações de que o dossiê contra mim foi elaborado dentro do Palácio do Planalto junto com o Otoni de Paula, tanto que ele é citado pela Lindôra no início da investigação. Você vê que é um movimento orquestrado do presidente contra os governadores. E aqui no Rio existem fatos ainda mais contundentes, porque eu determinei a investigação do caso Marielle (assassinato a tiros da vereadora Marielle Franco, do PSOL, e do motorista Anderson Gomes). A partir daí, o presidente começa a entender que o governador do Rio estaria perseguindo a família dele e poderia ser um adversário em 2022. A história toda se passa nesse enredo”, declarou.
Além disso, Witzel criticou a subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo, que conduz a investigação do MPF, e os ministros da Corte Especial do STJ.
De acordo com ele, o presidente da Assembleia Legislativa, André Ceciliano (PT), se uniu à família Bolsonaro, por ter interesses “ideológicos e criminosos”.