A CETC, uma empresa estatal chinesa, lançou um novo vídeo que afirma mostrar o teste bem-sucedido de um “enxame de barragem” (barrage swarm) que lança 48 drones de ataque para saturar um alvo. É descrito como o primeiro sistema de drones de enxame chinês prático.
Os detalhes dos testes realizados em setembro foram divulgados no dia 13 de outubro pelo Instituto de Ciência e Tecnologia Eletrônica da China. Os drones são lançados a partir de um veículo baseado no Dongfeng Menshi, que evoluiu a partir de uma versão licenciada do Hummer H1 dos EUA.
A China há muito tem munições táticas “de vagueamento” (tactical loitering munitions) como o CH-901 de 20 libras, que navega sobre a área do alvo transmitindo vídeos para o operador localizar um alvo e, em seguida, mergulha para destruí-lo sob comando.
Em 2018, a China exibiu um veículo de lançamento com oito CH-901s, que seriam lançados um de cada vez. A diferença aqui é a tecnologia de enxameação, o que significa que o operador precisa apenas designar o alvo. O software de enxame garante que os drones voem juntos sem colidir e cooperarão para garantir que todos os alvos sejam atacados, em vez de cada drone indo para o veículo de maior valor.
O vídeo mostra o operador tocando em um alvo do vídeo do olho do drone exibido em um computador tablet, que os drones então detectam. E sim, se parece muito com a sequência de ataque de drones no recente filme de hollywoodiano ‘Invasão ao Serviço Secreto”(Angel Has Fallen), que provavelmente foi inspirado no projeto de drones de ataque de enxame LOCUST da Marinha dos EUA, em desenvolvimento desde 2015.
O vídeo também mostra drones sendo lançados de um helicóptero.
O segredo do novo sistema chinês provavelmente estará em um chip de processamento especial, uma “unidade de processamento multifuncional para inteligência de enxame” que a fabricante, CETC, anunciou em outubro passado. Ela afirma que esta unidade inclui um sistema completo de controle de voo, planejamento de missão, tomada de decisão inteligente e rede dinâmica entre drones, bem como a capacidade de reconhecer alvos e outros objetos.
Isso soa muito como uma versão habilitada para enxame de propósito especial do processador Intel Movidius AI, que também tem sido usado para controlar drones inteligentes. Os desenvolvedores afirmaram em 2019 que seu chip já havia sido usado para controlar enxames de drones com sucesso. Tal processador torna possível produzir um grande número de drones a baixo custo, já que a parte eletrônica tende a ser cara.
O tipo exato do drone – e, portanto, o desempenho, alcance e detalhes da ogiva – não são conhecidos. O CH-901 viaja por duas horas entre 64 e 120 Km por hora. Em março, o Exército de Libertação Popular da China (PLA) anunciou que estava adquirindo dois tipos de munição “de vagueamento” (loitering), não se sabe se o sistema de enxameação será um deles.
A China é um grande exportador de drones armados, e drones Wing Loong armados com mísseis estão em ação na Líbia.
A defesa contra esse tipo de enxame é um desafio. Jammers não podem funcionar contra drones autônomos que não têm um link direto com o operador e que podem navegar por pontos de referência (como o SwitchBlade da AeroVironment) e não dependem de GPS.
O sistema de defesa aérea, como o novo SHORAD-IM do Exército dos EUA, previsto para 2023, que possui seis mísseis e um canhão, pode não ser capaz de derrubar drones que se aproximam muito rápido. A melhor resposta pode estar no conceito da Marinha dos EUA de contra-enxames capazes de enganar e vencer os atacantes.
Com informações, Forbes.