O regime socialista venezuelano retomou os embarques diretos de petróleo para a China. Desde a aplicação de sanções pelos Estados Unidos, as remessas de petróleo bruto da Petroleos de Venezuela (PDVSA) para a Ásia têm sido feitas clandestinamente.
Tanto a PetroChina como a China National Petroleum Corp (CNPC) foram durante muito tempo parte dos principais clientes da estatal venezuelana. Mas, por pelo menos um ano e meio elas pararam de carregar petróleo bruto e combustíveis nos portos venezuelanos.
O motivo foi evitar as sanções do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), que reúne empresas que negociam com o Estado venezuelano. O OFAC é uma agência de inteligência financeira e fiscalização do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos que administra e aplica sanções econômicas e comerciais em apoio aos objetivos de segurança nacional e política externa dos Estados Unidos.
Durante meses, a PDVSA enviou petróleo bruto para a Malásia. Lá, ela fazia transferências entre navios-tanque. A estratégia permitiu que as exportações de petróleo venezuelano continuassem fluindo para a China.
Agora, o TankerTrackers.com monitorou o reinício das operações diretas da PDVSA com a China. O petroleiro de Kyoto, com uma carga de 1,8 milhão de barris de petróleo pesado venezuelano, deixou o porto de José no final de agosto.
Outro navio-tanque, o Warrior King, está descarregando petróleo venezuelano no porto chinês de Bayuquan.
Ao mesmo tempo, dois grandes petroleiros de propriedade da PetroChina carregaram petróleo na Venezuela este mês, informou a Reuters.
Os portos chineses recebem embarques de petróleo venezuelano administrado por empresas de reputação duvidosa e sem histórico conhecido no mundo da energia.
‘Manobras comerciais’
Este ‘renascimento’ da atividade de exportação da PDVSA é patrocinado por empresas como a Wanneng Munay. Junto a ela, mais de uma dezena de firmas registradas na Rússia são as novas aliadas comerciais da estatal venezuelana. Nenhuma delas tem experiência anterior conhecida na indústria.
Por causa dessas empresas ‘de fachada’, a PDVSA conseguiu enviar petróleo para a Ásia nos últimos meses. Clientes de longo prazo, como Reliance Industries, da Índia e Tipco Asphalt, da Tailândia, cortaram seus laços com a venezuelana.
Agora, a estatal venezuelana retomou suas exportações diretas. A PDVSA adaptou sua atuação às sanções com novas táticas de transporte e comercialização de seu petróleo, migrando totalmente para a ilegalidade.
Até a primeira quinzena de novembro, oito petroleiros carregaram cerca de 5,1 milhões de barris de petróleo venezuelano. Isso inclui dois navios afretados pela Thai Tipco Asphalt PCL.