Entrevistamos um analista político argentino para saber sua opinião sobre a atual situação política brasileira.
Entrevistamos o radialista, palestrante e estudante, Álvaro Zicarelli, que ficou famoso essa semana no Brasil quando deu sua opinião sobre as eleições brasileiras em um canal argentino.
Legenda: HS-Henrique Speck, AZ-Álvaro Zicarelli
HS- Qual a sua visão sobre a atual situação política no Brasil?
AZ- Acho que a democracia no Brasil, está passando por um momento histórico e entre um passado recente mergulhado na corrupção, ineficiência, falta de segurança pública e um candidato novo que nos trás interrogações, porém, com apoio popular para extirpar a corrupção, incompetência pública, inflação do sistema econômico, altas taxas desemprego e à terrível prestação de serviços públicos. Observando da Argentina neste cenário, busco compreender e apoiar a decisão de uma grande maioria dos brasileiros acreditam que o melhor e mais qualificado para liderar este complexo e difícil processo de mudança é o candidato do PSL, Jair Bolsonaro. Eu sendo uma pessoa que venho de formação de centro-esquerda e abertamente homossexual, se fosse cidadão brasileiro iria votar com absoluta convicção em Jair Bolsonaro.
HS- Qual sua opinião sobre o ex-presidente Lula?
AZ- Eu acho que se eu tivesse que dizer o que realmente sinto sobre esse personagem, certamente eu seria processado. Não consigo encontrar palavras moderadas para expressar minha profunda rejeição ao ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva. Espero que ele deixe seu luxuoso presídio e vá para uma prisão comum como o criminoso que ele é.
HS- Qual a sua opinião sobre Jair Bolsonaro?
AZ- Embora eu tenha diferenças de pontos de vista sobre questões sociais, como modelo de família e a interferência que pretende dar aos valores do tribunal religioso em sua gestão, admiro profundamente a sua coerência intelectual, a sinceridade discursiva e sua enorme vocação de serviço para bem de todos e cada um dos brasileiros. Se Bolsonaro for eleito presidente da república, espero que ele coloque todas as suas energias e faça a melhor equipe possível para melhorar o governo Brasil da crise econômica e política, além de remover o câncer do narcotráfico e do crime organizado.
HS- Na sua opinião, porque Bolsonaro é esse “fenômeno eleitoral”?
AZ- Bolsonaro é a antítese e inimigo número um da falsidade ideológica nos últimos 12 anos colocar em prática o que chamo de “Tripartido” que é a união entre o PMDB, PSDB e PT para permanecer no poder e não ser julgado por seus atos de corrupção. O último digo isto com muita frustração porque eu admirava muitos líderes Tucanos como FHC, José Serra, Aécio Neves, Rita Camata entre outros que de alguma forma ou de outra, foram responsáveis por não ter evitado todos os roubos que deixaram no poder (PT, PCdoB, PCB, PDT) cometidos contra o Brasil.
HS- Na Argentina, é possível emergir uma corrente de direita como a que está surgindo no Brasil?
AZ- Eu ainda acredito que o melhor projeto político para tirar a Argentina da lama populista é a do presidente Mauricio Macri e seus parceiros da União Cívica Radical, a Coalizão Cívica liderada por Elisa Carrio e partidos provinciais de caráter anti-peronistas. Espero e confio que este governo que apoio continue a ajudar a tirar o país da crise econômica e social em que vivemos, porém, os grandes amigos e aliados argentinos do PT: o Foro de São Paulo, peronismo, Kirchner, sindicalismo e do trotskismo, tentam todos os dias atrapalhar as ações do presidente Macri.
HS- Como você analisa uma futura relação entre Macri e Bolsonaro?
AZ- Com otimismo. O presidente Mauricio Macri e seu governo estará mais predispostos a gerar mecanismos de cooperação estratégica com o futuro Governo Bolsonaro.
E assim a Argentina e o Brasil serão parceiros de um processo de crescimento econômico com eqüidade em nossos países.