Uma segunda vítima que participava dos testes da multinacional farmacêutica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford para uma vacina contra o coronavírus chinês sofreu graves efeitos colaterais.
A vítima apresentou “sintomas neurológicos inexplicáveis” na terceira fase dos testes. O teste já havia sido paralisado anteriormente, após uma voluntária apresentar mielite transversa – uma inflamação neurológica na coluna que causa lesão na medula espinhal com vários graus de fraqueza, alterações sensoriais e disfunção autonômica.
A AstraZeneca disse que não havia confirmado o diagnóstico no segundo caso, de um participante que adoeceu após a segunda dose da vacina. Mas uma pessoa familiarizada com a situação disse ao The Times que a doença do participante também foi identificada como mielite transversa.
Após a empresa confirmar que dois voluntários do Reino Unido sofreram de doenças neurológicas graves, especialistas expressaram preocupação sobre os testes da vacina da AstraZeneca e o que pode acontecer com os 18.000 voluntários que participam do experimento clínico.
“Se houve dois casos, então isso começa a parecer um padrão perigoso”, disse Mark Slifka, especialista em vacinas da Oregon Health and Science University.
“Se um terceiro caso de doença neurológica surgir no grupo da vacina, então esta vacina pode ser descartada.”
O Brasil assinou um acordo de US$ 100 milhões com a AstraZeneca-Oxford, que também prevê transferência de tecnologia para a produção do imunizante no Brasil.
Atualmente, 25 empresas estão em fase avançada de desenvolvimento de uma vacina contra o coronavírus chinês, já testando em humanos.
A corrida pela vacina é uma competição acirrada nas bolsas mundiais. Apenas ao anunciar a corrida das vacinas, a AstraZeneca faturou US $ 100 bilhões em um acerto na bolsa de valores de Wall Street. Após o caso da primeira vítima, o preço das ações caiu 8%.
No Brasil, logo após o primeiro incidente, médicos também se mostraram preocupados com a segurança das vacinas contra o coronavírus. O anestesiologista Dr. Luciano Dias Azevedo, ex-oficial médico da Marinha do Brasil na Amazônia e com grande experiência em navios-hospitais e atendendo a populações ribeirinhas e indígenas da região, disse:
“Sou a favor de vacinas! Vacinas e saneamento básico mudaram a história da saúde pública! Não é fácil desenvolver uma vacina, leva anos! É inaceitável inocular algo no corpo de gente saudável sem que antes tenhamos certeza ser seguro! Esse é mais um absurdo goela abaixo nessa pandemia”
Sou a favor de vacinas!
Vacinas e saneamento básico mudaram a história da saúde pública!
Não é fácil desenvolver uma vacina,Leva anos!
É inaceitável inocular algo no corpo de gnt SAUDÁVEL sem q ANTES tenhamos certeza ser SEGURO!
Esse é mais um absurdo goela abaixo nessa pandemia pic.twitter.com/s3MZ4EdBZX— Luc Az- 🇧🇷🇧🇷 (@DrLuc_Azevedo) September 8, 2020
O virologista e professor da USP, Dr.Paolo Zanotto, também se manifestou nas redes sociais após os testes fazerem uma segunda vítima. Ele afirma que a questão de segurança das vacinas contra covid-19 é “preocupante”.
https://twitter.com/epimeme/status/1307852364339085315
Apesar de tudo, ainda há quem pense que aqui há alguma ciência na busca acelerada por uma vacina contra o vírus chinês.