O Supremo Tribunal Federal (STF) está preocupado com o possível impacto negativo em sua imagem devido à investigação envolvendo o cantor Gusttavo Lima, que teve sua prisão decretada nesta última segunda-feira (24). A apuração é da CNN.
A preocupação surge porque o ministro Kassio Nunes Marques participou da festa de aniversário do cantor, que ocorreu em um iate de luxo na Grécia no início deste mês. A viagem do cantor à Europa é, inclusive, mencionada na decisão judicial que ordenou sua prisão.
Fontes do STF apontam que a situação se torna ainda mais delicada devido à presença de José André Rocha Neto e Aissla Sabrina Rocha, sócios da casa de apostas Vai de Bet, que são considerados foragidos e também estavam na festa ao lado de Gusttavo Lima e do ministro.
Na ocasião, o STF informou à imprensa que o magistrado estava em Roma para compromissos acadêmicos e, “como estava perto, passou para cumprimentar o cantor, que é amigo dele, por ocasião do aniversário”.
Em um vídeo postado por um fã do cantor no Instagram, é possível ver o ministro aplaudindo Gusttavo Lima durante os parabéns. Após a festa, Nunes Marques participou normalmente de uma sessão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por videoconferência.
Nesta terça-feira (24), o ministro sinalizou a pessoas próximas que a ordem de prisão expedida pela juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal de Recife (PE), carece de uma fundamentação jurídica sólida.
A Operação Integration, conduzida pela Polícia Civil de Pernambuco, resultou na expedição de 19 mandados de prisão e 24 mandados de busca e apreensão em cinco estados brasileiros.
As investigações apontam que Gusttavo Lima supostamente deu “guarida a foragidos” e não declarou a quantia de R$ 9,7 milhões recebida em dois depósitos relacionados a apostas esportivas.
O cantor deixou o Brasil um dia antes da ordem de prisão e está em Miami com a família. Sua defesa nega qualquer envolvimento dele em crimes e busca reverter a decisão judicial por meio de recursos em tribunais superiores.