Senadores dos EUA emitiram uma declaração, em 2 de janeiro, explicando por que estão contestando em 6 de janeiro os resultados das eleições presidenciais de 2020.
Os 11 senadores republicanos Ted Cruz, Ron Johnson, James Lankford, Steve Daines, John Kennedy, Marsha Blackburn, Mike Braun e os senadores eleitos Cynthia Lummis, Roger Marshall, Bill Hagerty e Tommy Tuberville emitiram a seguinte declaração antes do processo de certificação do Colégio Eleitoral em 6 de janeiro de 2021:
“A América é uma república cujos líderes são escolhidos em eleições democráticas. Essas eleições, por sua vez, devem obedecer à Constituição e às legislações federal e estadual.”
“Quando os eleitores decidem uma eleição de forma justa, de acordo com o estado de direito, o candidato derrotado deve reconhecer e respeitar a legitimidade dessa eleição. E, se os eleitores optarem por eleger um novo titular, nossa Nação deverá ter uma transferência pacífica de poder.”
“A eleição de 2020, assim como a eleição de 2016, foi muito disputada e, em muitos estados indefinidos, decidida por pouco. A eleição de 2020, no entanto, apresentou alegações sem precedentes de fraude eleitoral, violações e aplicação negligente da lei eleitoral e outras irregularidades de votação.”
“A fraude eleitoral representa um desafio persistente em nossas eleições, embora sua amplitude e escopo sejam contestados. De qualquer forma mensurável, as alegações de fraude e irregularidades na eleição de 2020 excedem qualquer [forma] em nossa existência.”
“E essas alegações não são acreditadas apenas por um candidato individual. Em vez disso, elas são generalizadas. A pesquisa da Reuters/Ipsos, tragicamente, mostra que 39% dos americanos acreditam que “a eleição foi fraudada”. Essa crença é defendida por republicanos (67%), democratas (17%) e independentes (31%).”
“Alguns membros do Congresso discordam dessa avaliação, assim como muitos membros da mídia.”
“Mas, acreditem ou não nossos funcionários eleitos ou jornalistas, essa profunda desconfiança em nossos processos democráticos não desaparecerá por mágica. Deve preocupar a todos nós. E representa uma ameaça contínua à legitimidade de quaisquer governos subsequentes.”
“Idealmente, os tribunais teriam ouvido as evidências e resolvido essas alegações de fraude eleitoral grave. Por duas vezes, a Suprema Corte teve a oportunidade de fazê-lo; duas vezes, o Tribunal recusou.”
“Em 6 de janeiro, cabe ao Congresso votar sobre a certificação dos resultados eleitorais de 2020. Essa votação é o único poder constitucional que resta para considerar e forçar a resolução das múltiplas alegações de fraude eleitoral grave.”
“Naquela sessão quadrienal conjunta, há um longo precedente de membros democratas do Congresso levantando objeções aos resultados das eleições presidenciais, como fizeram em 1969, 2001, 2005 e 2017. E, em 1969 e 2005, um senador democrata juntou-se a um membro democrata da Câmara para forçar votos em ambas as Câmaras para a aceitação dos delegados presidenciais que estavam sendo contestados.”
“O precedente mais direto sobre esta questão surgiu em 1877, após sérias alegações de fraude e conduta ilegal na corrida presidencial Hayes versus Tilden. Especificamente, as eleições em três estados – Flórida, Louisiana e Carolina do Sul – foram alegadamente conduzidas ilegalmente.”
“Em 1877, o Congresso não ignorou essas alegações, nem a mídia simplesmente as rejeitou, considerando-as [como alegações] de radicais que tentam minar a democracia. Em vez disso, o Congresso nomeou uma Comissão Eleitoral – composta por cinco senadores, cinco membros da Câmara e cinco juízes da Suprema Corte – para considerar e resolver os resultados disputados.”
“Devemos seguir esse precedente. A saber, o Congresso deve nomear imediatamente uma Comissão Eleitoral, com plena autoridade investigativa e apuradora de fatos, para conduzir uma auditoria emergencial de dez dias dos resultados eleitorais nos estados em disputa. Depois de concluído, os estados individuais avaliariam as conclusões da Comissão e poderiam convocar uma sessão legislativa especial para certificar uma mudança em seu voto, se necessário.”
“Consequentemente, pretendemos votar em 6 de janeiro para rejeitar os delegados de estados em disputa como ‘não regularmente dados’ e ‘não legalmente certificados’ (o requisito legal), a menos e até que a auditoria de emergência de 10 dias seja concluída.”
“Não somos ingênuos. Esperamos que a maioria, senão todos os democratas, e talvez mais do que alguns republicanos, votem de outra forma. Mas o apoio à integridade eleitoral não deve ser uma questão partidária. Uma auditoria justa e confiável – conduzida rapidamente e concluída bem antes de 20 de janeiro – melhoraria dramaticamente a fé dos americanos em nosso processo eleitoral e aumentaria significativamente a legitimidade de quem quer que se torne nosso próximo presidente. Devemos isso ao povo.”
“São assuntos dignos do Congresso e que nos foram confiados para defender. Não tomamos essa ação levianamente. Não estamos agindo para impedir o processo democrático, mas sim para protegê-lo. E cada um de nós deve agir em conjunto para garantir que a eleição seja conduzida legalmente de acordo com a Constituição e fazer tudo o que pudermos para restaurar a fé em nossa democracia.”