A saída de Jean Paul Prates da presidência da Petrobras resultou em mudanças significativas nos cargos de direção da estatal. Desde que o ex-senador foi desligado, aproximadamente 50 pessoas foram demitidas, conforme informam fontes internas da empresa.
Entre os possíveis afetados pelas substituições está o diretor de Governança e Conformidade, Mario Spinelli, cujo mandato termina apenas em abril do próximo ano. Integrantes do Conselho de Administração alertam que a remoção de Spinelli poderia enfraquecer os processos de compliance da Petrobras, mas admitem essa possibilidade.
Nos bastidores, essas mudanças estariam sendo influenciadas por ministros como Alexandre Silveira, de Minas e Energia, e Rui Costa, da Casa Civil, segundo fontes da empresa. Spinelli mantém uma relação próxima com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que defendia a permanência de Jean Paul Prates na liderança da Petrobras.
Uma situação que contribuiu para a insatisfação com Spinelli envolve vetos a um contrato de fornecimento de fertilizantes entre a estatal e a empresa Unigel. De acordo com o analista Caio Junqueira, da CNN, esse contrato é apontado nos bastidores como um dos fatores de discordância entre Prates e os ministros.
Spinelli é funcionário de carreira e já atuou como secretário da Controladoria-Geral do Município durante a gestão de Haddad na prefeitura de São Paulo. Aliados de Alexandre Silveira negam qualquer intenção de remover Spinelli do cargo. Os ministérios de Minas e Energia e da Casa Civil ainda não se manifestaram.