Na quarta-feira (21), o Diretor de Inteligência Nacional dos EUA, John Ratcliffe, e o Diretor do FBI, Chris Wray, anunciaram que o Irã e a Rússia obtiveram dados dos eleitores dos EUA e se envolveram em esforços para influenciar a opinião pública antes das eleições nos EUA.
Ratcliffe e Wray deram poucas informações sobre as atividades de interferência nas eleições da Rússia, mas disseram que o Irã estava por trás de uma campanha de intimidação dos eleitores, enviando e-mails falsos ameaçadores aos eleitores. Alguns dos e-mails supostamente enviados por operadores iranianos foram feitos para parecer que vinham de “grupos de direita” como os ‘Proud Boys’, e foram enviados para eleitores do Partido Democrata.
A coletiva de imprensa alertando sobre a interferência russa e iraniana nas eleições ocorre após um relatório do grupo de inteligência que avaliou acusações de supostos interesses russos em denegrir o candidato presidencial Joe Biden e promover o Presidente Donald Trump, junto a interesses chineses e iranianos para minar as chances de reeleição de Trump.
Na quarta-feira (21), Ratcliffe disse que os e-mails falsos do Irã tinham o objetivo de “intimidar os eleitores, incitar o tumulto social e prejudicar o Presidente Trump”.
Ratcliffe disse que o Irã também está espalhando um vídeo alegando que indivíduos podem adquirir cédulas eleitorais falsas do exterior.
“Este vídeo e qualquer reclamação sobre cédulas supostamente fraudulentas não são verdadeiras”, disse Ratcliffe.
De acordo com o The New York Times, as informações do eleitor usadas pareciam vir em grande parte de informações publicamente disponíveis e podem ter sido mescladas com informações privadas, como endereços de e-mail obtidos de outros bancos de dados por hackers. As autoridades não alegaram que a Rússia ou o Irã hackearam os sistemas oficiais de registro de eleitores.
A entrevista coletiva ocorreu em meio a preocupações da comunidade de inteligência de que o Irã planejava tomar outras medidas para influenciar os eleitores nos próximos dias.
“Esses dados podem ser usados por atores estrangeiros para tentar transmitir informações falsas aos eleitores registrados, e que eles esperam que possam causar confusão, semear o caos e minar sua confiança na democracia americana”, disse Ratcliffe na quarta-feira.
Ratcliffe disse que a Rússia também obteve algumas informações dos eleitores, mas que os funcionários da inteligência não viram os mesmos esforços dos russos que foram observados com atores iranianos.
Wray disse: “Não vamos tolerar a interferência estrangeira em nossas eleições ou qualquer atividade criminosa que ameace a inviolabilidade de seu voto ou mina a confiança pública no resultado da eleição”.
“Quando virmos indícios de interferência estrangeira ou crimes eleitorais federais, vamos investigar agressivamente e trabalhar com nossos parceiros para tomar as medidas cabíveis rapidamente”, acrescentou Wray. “Também estamos coordenando com o setor privado, tanto empresas de tecnologia quanto de mídia social, para garantir que suas plataformas não sejam usadas por adversários estrangeiros para espalhar desinformação e propaganda.”
Wray convocou os americanos que suspeitam de atividade criminosa para denunciá-la ao escritório local do FBI.
“Como sempre, os homens e mulheres do FBI continuam comprometidos em proteger o povo americano, nossa democracia e a integridade de nossas eleições”, disse Wray. “Não vamos baixar a guarda.”
Assista ao anúncio de alerta do FBI transmitido pela FOX News (em Inglês):