Logo no início da pandemia do coronavírus, o governo do estado do Rio de Janeiro anunciou R$ 1 bilhão para o combate à doença. A maior parte desse orçamento, R$ 836 milhões, foi destinada para o Iabas (Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde) em contratos emergenciais, sem licitação, para hospitais de campanha.
Em abril esses contratos foram ocultados pelo governo. A empresa Iabas já tem um longo histórico de problemas com a administração pública, tanto que atualmente ela é proibida de participar das licitações da prefeitura do Rio, mas o governo estadual ignorou essas informações, conforme já noticiado pelo Conexão Política.
Desta verba o governo já pagou adiantado R$ 256 milhões para a empresa. Foram prometidos sete hospitais em pleno funcionamento até o dia 30 de abril, mas nenhuma foi aberta no prazo. Na semana passada o calendário de inauguração dos hospitais de campanha foi modificado pela quarta vez.
Dos sete hospitais:
- Maracanã: aberto parcialmente dia 9, e uma ala foi ‘inaugurada’ na última sexta (22);
- São Gonçalo: prometido para o dia 17, a unidade só deve abrir nesta quarta (27);
- Nova Iguaçu: deve abrir na sexta (29)
- Duque de Caxias: agendado para segunda (1);
- Nova Friburgo: prometido para 7 de junho;
- Campos dos Goytacazes: deve abrir em 12 de junho
- Casemiro de Abreu: o mais atrasado, programado para abrir dia 18 de junho.
O secretário de Saúde do estado do Rio de Janeiro, Fernando Ferry, disse, na última quinta-feira (21), que alguns dos hospitais de campanha que estão atrasados podem não ser entregues. Segundo o chefe da pasta, o atraso para a conclusão das obras e os números positivos da pandemia podem tornar as unidades desnecessárias.