Uma nova pesquisa, conduzida pela empresa árabe-americana Zogby Research, mostrou que a maioria da população da Arábia Saudita está se tornando cada vez mais receptiva à “normalização” das relações com Israel. Além disso, parece que em outros países árabes também há amplas maiorias a favor da normalização com Israel.
O projeto examinou as opiniões de 3.600 residentes árabes do Egito, Jordânia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e também da “área palestina”.
Os resultados foram divulgados pela imprensa na semana passada, mas já eram conhecidos desde julho e discutidos entre as autoridades árabes e israelenses na região, antes de os Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Israel tomarem a decisão de assinar os acordos de normalização, os primeiros “tratados de paz” árabe-israelenses em mais de um quarto de século.
“Nove em cada 10 entrevistados árabes nos países pesquisados consideram a resolução do conflito israelense-palestino muito importante, com cerca de três quartos no Egito (79%), Arábia Saudita (75%) e Emirados Árabes Unidos (72%)”, segundo a pesquisa.
Números notavelmente altos de pessoas em quatro dos principais países árabes disseram estar “muito” ou pelo menos “um tanto familiarizados” com o esboço do plano de paz de Trump.
Arábia Saudita – 74%
Emirados Árabes Unidos – 79%
Jordânia – 82%
Egito – 69%
A pesquisa revela que a grande maioria dos sauditas e outros árabes acreditam que os acordos de paz entre Israel e vários Estados árabes são apenas uma questão de tempo.
“Qual a probabilidade de neste ponto alguns Estados árabes desenvolverem relações normalizadas com Israel, mesmo sem a paz entre Israel e os palestinos?”, perguntou a pesquisa Zogby.
71% dos sauditas disseram que é provável
Isso também se aplica a 75% dos Emirados
75% dos jordanianos
69% dos egípcios
A Zogby perguntou: “O quão desejável você acha que é que alguns Estados árabes desenvolvam relações normalizadas com Israel, mesmo sem paz entre Israel e os palestinos?”
No total, 4 em cada 10 sauditas (41%) disseram que acham desejável que os Estados árabes sigam em frente e façam a paz com Israel, mesmo que os palestinos não estejam prontos.
Mesmo antes de assinar os “Acordos de Abraham” (acordos de normalização), 56% dos árabes nos Emirados Árabes Unidos disseram à equipe de Zogby que apoiavam a normalização com Israel na preparação para um acordo de paz palestino.
Surpreendentemente, cerca de 8 em cada 10 sauditas (79%) disseram que apoiariam a paz total e a normalização das relações se Israel aceitasse os termos da Iniciativa Saudita de Paz, que mais tarde ficou conhecida como Iniciativa Árabe para a Paz (API).
Em contraste, apenas 41% dos jordanianos acreditam que seria desejável que mais países árabes fizessem as pazes com Israel, antes que o conflito palestino fosse resolvido. A Jordânia fez a paz com Israel em 1994.
Da mesma forma, apesar da assinatura do Acordo de ‘Camp David’ com Israel em 1979 – o primeiro acordo de paz entre um país árabe e Israel – apenas 42% dos egípcios acreditam que seria uma boa ideia que outros Estados árabes fizessem a paz para os palestinos.
A pesquisa encontrou muito pessimismo entre os árabes desses quatro países sobre a perspectiva de um acordo de paz entre israelenses e palestinos nos próximos cinco anos. Os jordanianos são os menos otimistas. Apenas 53% disseram que a paz é provável. Cerca de dois terços dos egípcios (68%) e sauditas (67%) – bem como três quartos dos emiratos (76%) – concordam que tal acordo é improvável.
“A maioria dos entrevistados árabes acredita que os termos da Iniciativa de Paz Árabe ainda são relevantes, incluindo 78% dos Emirados, 69% dos sauditas, 68% dos egípcios e 53% dos jordanianos”, diz o relatório.
O relatório completo da pesquisa pode ser lido clicando neste link.