Alexandre Ramagem, em seu depoimento à PF, prestado em Brasília, negou ter ‘intimidade’ com a família do presidente Jair Bolsonaro, mas afirmou ter o ‘apreço’ do chefe de governo e seus filhos.
Ramagem afirmou saber que “goza da consideração, respeito e apreço da família do presidente Bolsonaro pelos trabalhos realizados e pela confiança do presidente da república”, ressaltando, no entanto que “não possui intimidade pessoal com seus entes familiares”.
Ao ser questionado sobre a foto na festa de Ano Novo, de 2018, em que aparece ao lado do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente, ele disse que o evento onde a foto foi realizada era uma confraternização daqueles que trabalharam na segurança de Bolsonaro e “não foi uma festa, porque os policiais estariam muito cedo prontos para o trabalho, estavam apenas familiares”.
De acordo com ele, na “oportunidade em que o vereador Carlos Bolsonaro passou no local para saudar os policiais pelo trabalho executado, pois no dia seguinte se encerraria a segurança provida pela Polícia Federal com a transmissão do trabalho para o Gabinete de Segurança Institucional”.
Ramagem ainda disse que o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, criou “celeuma entre Poderes da União”, e que deveria “se ater a princípios e valores de hierarquia, lealdade e preferência da lei”.
Ele acusou Moro de desqualificá-lo publicamente e disse que o então ministro da Justiça só não aceitou seu nome para diretor-geral da PF porque ele, Ramagem, não faz parte do “núcleo restrito de delegados de Polícia Federal próximos ao então ministro, uma vez que, diante dos fatos ora relatados, não haveria um impedimento objetivo que pudesse conduzir à rejeição de seu nome”.
Ainda segundo Ramagem, o ex-ministro era fã do seu trabalho e o elogiava constantemente.
“QUE é de conhecimento do DEPOENTE que o ex-ministro SÉRGIO MORO constantemente elogiava o seu trabalho, convidando-o para diversas reuniões de inteligência de cúpula, auxílio à implementação de GLOs. (Garantia da Lei e da Ordem)., auxílio nas questões de segurança de alguns Estados da Federação; QUE o ex-Ministro também elogiou cursos estrangeiros que o DEPOENTE levou ao MJSP para integração de forças operacionais em inteligência, a fim de instituir operações conjuntas de forças armadas, forças de segurança e de inteligência nas regiões de fronteira.”