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O presidente da República, Michel Temer, tem aproveitado o recesso parlamentar para investir em participações em programas de rádio e TV tradicionais. Na manhã desta segunda-feira (29), ele está em São Paulo, onde deu entrevista ao vivo para o programa Jornal Gente, na Rádio Bandeirantes.
Ao falar sobre a condenação do ex-presidente Lula, na semana passada, pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), Temer afirmou que não faria comentários do ponto de vista jurídico. “Do ponto de vista jurídico, não dou palpite”.
O petista foi condenado a 12 anos e um mês de prisão, em regime fechado, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Já ao ser questionado sobre o cenário político, o presidente da República defendeu a candidatura de Lula. “Eu, preferencialmente, queria que ele pudesse disputar a eleição, e que fosse vencido no voto”, destacou.
Segundo Temer, a ausência do petista não contribui para a estabilidade nacional. “A sua não-participação tensiona o Brasil, e o que nós temos de fazer é distensionar o país. Não queremos brasileiro contra brasileiro”, afirmou.
O presidente também avaliou que Lula está vivo politicamente, apesar da sentença. “Eu acho que a figura dele é de muito carisma, não é à toa que está em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto. Não sei se ele está morto eleitoralmente, depois da condenação, se participará ou não da disputa, mas sei que politicamente ele não está morto”, destacou.
Sobre uma possível candidatura ao Planalto, Temer negou. “Eu estou cumprindo muito bem o meu papel e estou satisfeito, mas quero alguém que defenda meu legado”, disse. Depois, completou afirmando que pretende recuperar a sua imagem. “Eu fui, de algum modo, desmoralizado. E quem conhece a minha vida e a minha conduta sabe disso. Por isso, vou dedicar esses últimos meses a recuperar meus aspectos morais. Não vou mais admitir que digam ‘o presidente é trambiqueiro’. Os meus detratores estão na cadeira, e quem não está preso está desmoralizados, fo desmascarado”.
Questionado sobre o fato de as acusações a que se referiu terem surgido não apenas por parte da oposição, mas também do Ministério Público Federal (MPF), Temer criticou a atuação do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot. “O problema não é o Ministério Público, mas um membro do Ministério Público, que não teve tranquilidade nem serenidade suficientes para lidar com as demandas”, disse Temer.
O presidente ainda se esquivou da resposta sobre o lançamento de uma candidatura própria do MDB à Presidência. “Vocês me convidam para vir aqui no final de maio e eu digo”. Ele ainda afirmou que gostaria de ser lembrado “como alguém que produziu um legado positivo para o Brasil”.