Nesta última quarta-feira (13), um professor do 6º ano do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 104, da Asa Norte, em Brasília, foi desligado da unidade educacional após ensinar sobre sexo anal e oral durante aula de português. Na ocasião, ele também pediu aos alunos que escrevessem uma redação improvisada sobre o tema, informou o Metrópoles.
Segundo uma denúncia recebida pelo Metrópoles, as crianças fotografaram o conteúdo escrito pelo docente na lousa e gravaram áudios durante a aula.
“Brasília, 13 de novembro de 2019. Objetivo: fazer o próprio currículo. Redação improvisada. Escrever sobre polidez e transformações afetivo-sexuais na adolescência (pós-infância). Sexo oral e penetração”, escreveu o professor.
Ao lado das exemplificações, ele puxa setas e escreve as temáticas a serem abordadas sobre cada assunto formalmente e informalmente. Entre elas, usa palavras como: “boquete”, “69”, “fio terra”, “punheta”, “dar o c*” e outras.
No conteúdo dos áudios obtidos pelo Metrópoles, é possível ouvir o professor dizendo aos alunos: “Repitam comigo: ‘clitóris’, ‘clitóris’. Tem que tratar o assunto com educação, porque é normal”.
Direção e pais
Após receber a denúncia, a reportagem do Metrópoles esteve no colégio na manhã desta segunda-feira (18). No entanto, o diretor responsável pela unidade informou não ter sido autorizado a dar entrevistas sobre a polêmica.
Segundo a reportagem do Metrópoles, uma mãe que não quis se identificar relatou ter tomado conhecimento da ocorrência pelo seu filho de apenas 10 anos.
“Ele comentou sobre o professor, que escreveu no quadro algumas palavras, e me disse que nem sabia o que significava. Vou procurar a direção e pedir um posicionamento sobre o que eles estavam aprendendo. Queremos saber qual era o assunto debatido em sala. Uma outra mãe comentou que vai ocorrer uma reunião de pais para falar sobre o assunto. Estou aguardando”, disse a mulher ao jornal.
Outros pais abordados em frente à escola não quiseram se pronunciar e alguns relataram desconhecer o fato.
Em nota, a Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEE-DF) explicou que a direção da unidade, assim que soube do ocorrido, prontamente procurou pela pasta e pela regional de ensino a fim de oferecer a denúncia e, desde então, o caso está em averiguação.
“A Secretaria de Educação informa que o professor, que é temporário, foi devolvido preventivamente pela Coordenação Regional de Plano Piloto e Cruzeiro, enquanto [a pasta] está investigando a situação no CEF 104 Norte. Se comprovados os fatos, terá seu contrato cancelado”, diz trecho do texto.
Governo
A Ministra de Estado da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, que é mãe, pastora evangélica, educadora e advogada, também se manifestou sobre o caso.
“Essas crianças têm 10 anos!!! Às famílias brasileiras informo que em breve o governo disponibilizará canal para o recebimento de denúncias de casos como este. A escola deve ensinar. A educação é direito e dever da família”, disse Damares.
Essas crianças têm 10 anos!!!
Às famílias brasileiras informo que em breve o governo disponibilizará canal para o recebimento de denúncias de casos como este.
A escola deve ensinar. A educação é direito e dever da família.https://t.co/N5KMCzZymw
— Damares Alves (@DamaresAlves) November 18, 2019