Nesta quinta-feira (21), a prisão domiciliária foi concedida ao principal operador financeiro de Maduro, o colombiano Alex Saab, na ilha de Cabo Verde, por meio de uma decisão judicial a que a agência de notícias EFE teve acesso. Saab é procurado pelas autoridades dos EUA por acusações de lavagem de dinheiro e por ajudar o regime socialista de Maduro a fugir das sanções impostas por Washington.
“As ordens de liberação imediata serão emitidas após a apresentação de moradia adequada e aprovada pelas autoridades criminais”, diz o documento.
O documento também destaca que é nesta moradia que Saab “deve permanecer o tempo todo enquanto o processo de extradição em andamento continua”.
A decisão vem semanas depois que o mesmo tribunal negou, em 15 de dezembro, a transferência da Saab para prisão domiciliar. Além disso, o mesmo tribunal, em 5 de janeiro, deu sinal verde para sua extradição para os EUA.
Em 30 de novembro, um tribunal da África Ocidental chamado Tribunal de Justiça da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) concedeu prisão domiciliar a Saab. Dias depois, outro tribunal decidiu que o empresário seria extraditado e agora um tribunal reautorizou a prisão domiciliar.
A equipe de advogados pediu prisão domiciliar para Alex Saab alegando “problemas de saúde”. De acordo com a defesa, o detido está “fraco” devido a uma “doença existente de câncer”, porém nenhum detalhe adicional foi fornecido.
Em 2017, Saab foi acusado pela ex-promotora Luisa Ortega Díaz de ser o principal operador financeiro de Maduro.
O empresário colombiano, nascido em Barranquilla e de origem libanesa, foi preso no dia 12 de junho, quando o avião com que viajava para o Irã aterrissou em Cabo Verde para abastecer com gasolina.Um mandado de prisão da Interpol levou à prisão.
O processo de extradição continua apesar da prisão domiciliar. O Ministério Público de Cabo Verde informou que o pedido de extradição contra Saab, “vai continuar a tramitar nos termos legais até à decisão final”.
O MP explicou que solicitou que a medida de prisão provisória fosse substituída por outras medidas cautelares, uma vez que expirou o prazo legalmente estabelecido para a prisão provisória com vistas à extradição.