Uma sargento da PM do Rio, técnica de enfermagem no Hospital Central da Polícia Militar do Rio, morreu com sintomas de Covid-19 na própria unidade, nesta quarta-feira (15). Carla Dias, de 46 anos, trabalhava no local há 22 anos.
Segundo o jornal O Dia, funcionários do hospital denunciaram a falta de material de proteção para os funcionários da unidade para atender os pacientes.
“A máscara que distribuíram foi a PFF2S que é descartável. Mas eles orientaram a descartar apenas quando saturar. Ou seja, molhar de suor, respiração ou sujar por algum motivo”, relata uma funcionária que preferiu não se identificar.
De acordo com os militares, a estimativa é que 40% de funcionários estejam afastados por suspeita da covid-19.
“Há muitos técnicos de enfermagem e enfermeiros em casa por suspeita do coronavírus”, conta um policial. “No meu setor tem três pessoas afastadas”.
Com muitos casos suspeitos de coronavírus dentro do hospital e poucos equipamentos de proteção, a tensão entre os funcionários é cada vez maior.
O hospital é de grande porte, atende policias e suas famílias e é de responsabilidade do governo do Estado Rio. Segundo o gráfico do Ministério da Saúde, o Rio recebeu mais de 15 milhões de máscaras cirúrgicas e quase 500 mil de máscaras n95, até a última segunda-feira (13).
Em nota, a assessoria da PM lamentou o ocorrido, mas não comentou as acusações dos funcionários.
“Ao ser internada no HCPM, a sargento Carla foi submetida a teste para covid-19, cujo resultado deu negativo. Um novo exame está em análise para contraprova. Lotada no Hospital Central da Polícia Militar, a Sargento Carla era técnica em enfermagem e ingressou na Polícia Militar do Rio de Janeiro há 22 anos. Tinha 46 anos de idade, era casada e deixa um filho. A corporação está prestando todo o apoio à família da sargento e, oportunamente, divulgará informações sobre o sepultamento”, diz a nota.