Nesta segunda-feira (7), a Polícia Federal (PF) deu início à operação “Balcão de Negócios”, uma força-tarefa que visa investigar um grupo envolvido em uma série de ações fraudulentas de transferência de terras públicas da União para particulares. A ação resultou na emissão de mandados de busca e apreensão contra dois servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e um corretor de imóveis, emitidos pela Justiça Federal.
De acordo com as informações da PF, as investigações sugerem que esse grupo tem operado por um período considerável, oferecendo tais serviços fraudulentos diretamente na sede do Incra, localizada no município de Santarém, no Pará. A investigação revelou que o corretor de imóveis, que é filho de um ex-chefe do cartório de registro de imóveis na região, atua como intermediário entre os empresários interessados e os servidores responsáveis por manipular a documentação.
O ponto de partida para essas investigações surgiu quando os funcionários do cartório desconfiaram das assinaturas e da autenticidade de documentos do Incra durante uma tentativa de transferência de propriedade pública para indivíduos particulares. O cartório prontamente notificou o Incra, que confirmou a falsificação dos documentos e, em seguida, comunicou o caso à Polícia Federal. Já haviam registros de diversos Procedimentos Administrativos Disciplinares (PADs) anteriores envolvendo os mesmos servidores agora sob investigação.
Além disso, durante a fase de investigação, a PF descobriu que um dos servidores suspeitos ofereceu seus serviços ilegais até mesmo a policiais disfarçados que apuravam o caso. Com base nas evidências reunidas e nos documentos apreendidos nesta etapa, os agentes planejam ampliar as investigações, que continuam em curso. Ninguém foi preso, ao menos por enquanto.