A crise causada pela pandemia do novo coronavírus pode fazer com que o Brasil retroceda ainda mais no combate à fome e desemprego.
Um novo levantamento do instituto PoderData mostra que 64% dos brasileiros têm alguma conta pendente por causa da pandemia de covid-19.
O número cresceu 9 pontos percentuais em relação ao último levantamento, realizado 15 dias antes.
Ainda segundo a pesquisa, 67% dos entrevistados tiveram emprego ou renda prejudicados na pandemia.
Foram 3.500 entrevistas em 541 municípios, nas 27 unidades da Federação.
A margem de erro é de 1,8 ponto percentual.
A sondagem completa está disponível no site Poder360.
Bolsonaro alertou sobre a fome
Em maio de 2020, quando o surto da Covid-19 chegava ao país, o presidente Jair Bolsonaro já tecia fortes críticas ás restrições e medidas de isolamento radicais, alegando que a fome iria desencadear problemas muito maiores no país.
“Tem que reabrir, nós vamos morrer de fome. A fome mata, a fome mata! O Brasil está se tornando um país de pobres. O que eu falava lá atrás, que era esculachado, estão vendo a realidade agora aí. Para onde está indo o Brasil? Vai chegar um ponto que o caos vai se fazer presente aqui. Essa história de ‘lockdown‘, de fechar tudo, não é esse o caminho. Esse é o caminho do fracasso, quebrar o Brasil”, disse Bolsonaro, na época.
Bolsonaro alertou sobre o desemprego
Quando os primeiros casos de Covid-19 passaram a ser registrados, Bolsonaro já discursava sobre a preocupação em torno do desemprego que poderia assolar no país. Na ocasião, ele dizia que as autoridades, em conjunto, deveriam se unir para preservar os empregos dos brasileiros.
“O Supremo Tribunal Federal decidiu que os governadores e prefeitos é que são responsáveis por essa política, inclusive isolamento. Agora está vindo uma onda de desemprego enorme aí. Informais e o pessoal formal também. Não queiram colocar no meu colo. Compete aos governadores a solução desse problema que está acontecendo quase no Brasil todo”, disse o presidente, na época.
Bolsonaro buscou diálogo com governadores
Ainda em maio de 2020, o chefe do Executivo acenava positivamente para prefeitos e governadores, buscando maiores diálogos para um enfrentamento efetivo contra a Covid-19 no Brasil.
Condenando a ‘guerra política’, Bolsonaro assegurava estar ‘pronto para conversar’. Contudo, parte dos governadores não demonstraram a mesma disposição.
“Então, [é] o apelo que eu faço aos governadores: revejam essa política, eu estou pronto para conversar. Vamos preservar vidas, vamos. Mas dessa forma, o preço lá na frente serão centenas a mais de vidas que vamos perder, por causa dessas medidas absurdas de fechar tudo”, declarou Bolsonaro, na saída do Palácio da Alvorada, em maio de 2020.