O início do tratamento do câncer de mama para pacientes que procuram atendimento no SUS está mais ágil. Dados apresentados nesta quarta-feira (7) pelo Ministério da Saúde de janeiro e julho de 2020 mostram que, em 99,57% dos casos atendidos, o tempo entre o diagnóstico e o tratamento do carcinoma in situ, estágio inicial do câncer de mama, foi de até 30 dias. No mesmo período de 2019, isso aconteceu em 99,16% dos casos.
Em 75,54% dos atendimentos, o tempo de até 60 dias entre o diagnóstico e o tratamento em todos os estágios do câncer de mama no SUS foi respeitado.
Ter o diagnóstico precoce do câncer de mama aumenta a possibilidade de um tratamento menos agressivo e de cura da doença. Por isso, a campanha Outubro Rosa 2020 busca conscientizar as mulheres sobre a importância de ficar atenta para a prevenção e para os sinais da doença.
Foi após uma mamografia, ao fazer exames de rotina, que a bibliotecária Rosa Maria de Abreu, de 58 anos, descobriu o câncer de mama, em 2015. Ela passou por cirurgia, quimioterapia e hoje está curada.
“O fato de ter sido feito por meio de um exame preventivo, foi diagnosticado bem no início. É fundamental para gente ter acesso a tratamento. O diagnóstico preventivo antes de estar muito avançado é maravilhoso”, disse. “Façam o exame de toque que algumas podem detectar já bem no início alguma alteração na mama. Tudo tem que ser diagnosticado, que não tenham medo”, alertou.
O depoimento de Rosa Maria foi exibido durante o lançamento, pelo Ministério da Saúde, da campanha Outubro Rosa que é celebrada anualmente. Neste ano, o slogan é “Cuidado com as mamas, carinho com seu corpo”.
“A campanha do Outubro Rosa que vem na televisão, no seu trabalho, que você recebe um folheto, é muito importante pra ela lembrar de se olhar, se cuidar, porque a prevenção ainda é o melhor remédio”, avaliou Rosa Maria.
A cerimônia de lançamento da campanha contou com a presença da primeira-dama, Michelle Bolsonaro e da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves e do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
Sintomas e Sinais
Entre os sintomas que podem ser um indicativo do câncer de mama estão o surgimento de caroço fixo e, geralmente, indolor, no seio. Essa é a principal manifestação da doença, presente em cerca de 90% dos casos, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Outros sinais são pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja, alterações no bico do peito, pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço e saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos.
Esses sinais e sintomas devem ser investigados por um médico para que seja avaliado o risco de ser câncer.
Fatores de risco
O câncer de mama não tem apenas uma causa. A idade é um dos mais importantes fatores de risco. Cerca de 4 em cada 5 casos ocorre após os 50 anos, de acordo com o Inca.
O sedentarismo, o consumo de bebidas alcoólicas, a obesidade e histórico familiar de câncer de mama e de ovário também aumentam o risco da doença.
Prevenção
De acordo com o Inca, cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis como praticar atividade física, ter alimentação saudável, manter o peso corporal adequado, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e amamentação.
Diagnóstico precoce
O câncer de mama pode ser detectado em fases iniciais em grande parte dos casos. Para isso, é importante que as mulheres façam o autoexame que pode revelar pequenas alterações mamárias.
Em caso de permanecerem as alterações, elas devem procurar logo os serviços de saúde para uma avaliação.
O Ministério da Saúde recomenda que, a cada dois anos, seja ofertada para mulheres entre 50 e 69 anos, a mamografia de rastreamento, exame realizado mesmo quando não há sinais nem sintomas suspeitos.
“Fica uma observação: quanto mais cedo tratar, mais chance de curar, quanto mais cedo detectar, mais chance de tratar e de curar. É simples assim. O ministério recomenda que o rastreamento desse câncer, ele é muito forte entre 50 e 69 anos, é o ponto mais importante. Mas todas as outras idades também são importantes, desde a jovem mulher”, afirmou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
Atendimento e tratamento no SUS
O SUS oferta atenção integral à prevenção e ao tratamento do câncer de mama. O controle passa pelo diagnóstico precoce na Atenção Primária à Saúde e pelo rastreio mamográfico.
Mesmo com a Covid-19, o Sistema Único de Saúde (SUS) continuou com o atendimento e a oferta de tratamento às pacientes com câncer de mama. O SUS oferece cirurgias como mastectomias, cirurgias conservadoras e reconstrução mamária, além de radioterapia e quimioterapia.
O Ministério da Saúde também conta com o Plano de Expansão da Radioterapia no Sistema Único de Saúde (PERSUS) que já implantou 24 aceleradores lineares, com um investimento de R$ 700 milhões. O objetivo do plano é ampliar e criar novos serviços de radioterapia em hospitais.
Prognóstico
A estimativa do Instituto Nacional do Câncer, vinculado ao Ministério da Saúde, é que, em 2020, sejam registrados 66.280 novos casos de câncer de mama em mulheres no Brasil.
Com informações, Governo Federal.