Imagem: Adriano Machado | Reuters
O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, usou 80 notas fiscais de uma empresa de consultoria contábil de 1 amigo para receber R$ 317 mil em verbas de gabinete da Câmara dos Deputados de 2009 a 2018. As informações foram publicadas pelo jornal Zero Hora nesta 3ª feira (8.jan.2019).
As verbas fazem parte do cotão, verba de gabinete mensal no valor de R$ 40.875,90. Para recebê-la, basta o deputado apresentar nota fiscal à Câmara. Onyx nega qualquer irregularidade nas transações.
Dos 80 cupons, 29 foram emitidos em sequência pela Office RS Consultoria Sociedade Simples. Isso indica que o então deputado foi o único cliente da empresa por meses.
A empresa pertence a Cesar Augusto Ferrão Marques, técnico em contabilidade filiado ao DEM, partido de Onyx. O empresário também trabalhou em campanhas políticas do congressista. Segundo o Zero Hora, ele também é responsável pela contabilidade do DEM no Rio Grande do Sul.
O jornal revelou que a empresa está inapta na Receita Federal por omissão de valores ao fisco e tem R$ 117 mil em dívidas tributárias. De janeiro de 2013 e agosto de 2018, a consultoria não recolheu impostos, mas emitiu 41 notas a Onyx.
Marques disse ao Zero Hora que trabalha há quase 30 anos com Onyx e que ele não é seu único cliente.
O ministro divulgou nota em que nega qualquer irregularidade e diz que buscará reparação na Justiça:
“Com relação à reportagem veiculada hoje em Zero Hora, esclareço que:
O título da reportagem é calunioso, levando a interpretação equivocada dos fatos. Não há nada de irregular. A empresa sempre prestou os serviços e recebeu por eles, na forma da lei.
Trata-se de consultoria tributária – não apenas para projetos meus e sim aconselhamento para todos os projetos em destaque nesta questão. Além do contato telefônico sempre que necessário, são realizadas reuniões semanais em Porto Alegre. A empresa faz o acompanhamento da execução do orçamento geral da união para fins de emendas parlamentares indicadas por mim para centenas de municípios e entidades assistenciais gaúchas.
Com relação aos recursos da campanha eleitoral, cabe esclarecer que a empresa prestou serviços para o partido e todos os candidatos. Desde a pré-campanha, incluindo treinamento jurídico e contábil.
Todas as contas foram aprovadas sem apontamentos. Há um rígido acompanhamento sobre todas as questões.
Vou à Justiça buscar a reparação.”
Com informações, Poder360