A Guarda Costeira dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira (21) que um avião canadense detectou sons subaquáticos durante as operações de busca pelo submarino Titan, que desapareceu enquanto transportava cinco pessoas aos destroços do Titanic. No entanto, horas mais tarde, as autoridades norte-americanas informaram que a investigação baseada nesses sons não obteve resultados positivos.
Após a detecção dos sons pelo avião militar P-3, os esforços de busca foram redirecionados. Os socorristas estão correndo contra o tempo, uma vez que, mesmo nas melhores circunstâncias, o submarino Titan poderá ficar sem oxigênio na manhã de quinta-feira (22).
Além dos navios e aviões de um conjunto internacional, um robô subaquático foi enviado para realizar buscas nas proximidades do Titanic, e há um esforço para enviar equipamentos de resgate para o local, caso o submarino seja encontrado.
Na terça-feira (20), foram detectados sons de batidas a cada 30 minutos. O retorno acústico foi registrado por dispositivos de sonar subaquáticos no Atlântico Norte. As autoridades enfatizaram a importância do equipamento de sonar para captar sons subaquáticos durante a busca pelo submarino, que pode estar no fundo do oceano.
O capitão reformado Bobbie Scholley, ex-mergulhador da Marinha dos EUA, destacou anteriormente a importância do uso de boias de sonar para captar sinais do Titan. “O submersível emitirá sons com os sistemas a bordo e a tripulação, esperançosamente, também estará fazendo barulho”, observou ele. “Essas boias de sonar são muito boas e podem detectar esses ruídos”, acrescentou.
Três aviões de transporte C-17 das Forças Armadas norte-americanas foram utilizados para transportar submersíveis comerciais e equipamentos de apoio. As Forças Armadas canadenses disponibilizaram um avião de patrulha e dois navios, além de lançarem boias de sonar.
No entanto, nesta quarta, a Guarda Costeira dos EUA informou que a investigação sobre os ruídos subaquáticos resultou em conclusões negativas.
O Titan foi projetado para ter reserva de oxigênio por até quatro dias em situação de emergência, de acordo com David Concannon, conselheiro da OceanGate Expeditions, empresa responsável pela embarcação. Já se passaram três dias desde que o submarino partiu.
O jornalista da CBS News, David Pogue, que viajou até o Titanic a bordo do Titan no ano passado, mencionou que o veículo utiliza dois sistemas de comunicação: mensagens de texto trocadas com um navio de superfície e sinais de segurança enviados a cada 15 minutos para indicar que o submarino está operando. Ambos os sistemas pararam cerca de uma hora e 45 minutos após o Titan submergir no domingo (18), de acordo com a OceanGate Expeditions.
“Isso significa uma das duas coisas: ou eles perderam toda a energia ou o submarino sofreu uma ruptura no casco e implodiu instantaneamente. Ambas as possibilidades são devastadoras”, disse Pogue.
Ainda na terça-feira, a França anunciou que o Instituto Ifremer de Ciências Oceânicas enviou o navio Atalante, equipado com o robô subaquático Victor 6.000, para auxiliar na busca pelo submarino. O Victor 6.000 deve chegar ao local ainda hoje e mergulhar a uma profundidade de cerca de quatro mil metros para realizar as operações de busca.
Os destroços do Titanic, que afundou após colidir com um iceberg em 1912, estão localizados a uma profundidade de cerca de 3.800 metros e a uma distância de aproximadamente 640 quilômetros ao sul da ilha de Newfoundland, no Canadá. A comunicação com o submarino foi perdida quando ele estava cerca de 700 quilômetros ao sul de St. John’s, Terra Nova, de acordo com o Centro de Coordenação de Resgate Conjunto do Canadá.