Após enviar máscaras e luvas cirúrgicas para a China, Israel agora desenvolveu um método para detectar o coronavírus em apenas 15 minutos.
Utilizando os métodos atuais, o diagnóstico do coronavírus levava aproximadamente 1 hora. Essa nova tecnologia israelense, baseada em uma combinação de ótica e partículas magnéticas, pode testar rapidamente 100 amostras de pacientes potencialmente infectados pelo vírus e reduzir o tempo de diagnóstico para aproximadamente 15 minutos.
O vírus Covid-19 já matou mais de 1.875 e infectou mais de 73 mil pessoas, segundo o mapa interativo da Johns Hopkins University. Nesse cenário, é importante que diagnósticos sejam feitos de maneira rápida e eficiente.
O tempo atualmente necessário para diagnosticar o coronavírus representa um dos maiores desafios no tratamento de pacientes infectados e aumenta o risco de exposição. Usando uma nova tecnologia desenvolvida pelo Dr. Amos Danielli, da Faculdade de Engenharia Alexander Kofkin da Universidade Bar-Ilan, em Ramat Gan, Israel, os testes de saliva podem ser analisados em 15 minutos.
Já foi comprovado que a tecnologia reduz o tempo de diagnóstico do vírus Zika e atualmente está sendo usada no laboratório central de virologia do Ministério da Saúde de Israel no Hospital Tel Hashomer.
Tecnologia
O laboratório do Dr. Danielli desenvolveu uma tecnologia para detecção sensível de sequências de RNA específicas do vírus, anexando o RNA do vírus a uma molécula fluorescente que emite luz quando iluminada por um raio laser. Em concentrações muito baixas de RNA, o sinal emitido é tão baixo que os dispositivos existentes não conseguem detectá-lo.
“Se pensarmos na saliva de um paciente com o coronavírus enchendo uma sala inteira, então esse raio laser pode ser comparado ao tamanho de um punho; e a baixas concentrações de RNA viral, pode haver apenas 2-3 moléculas fluorescentes nesse punho”, explica Danielli.
A adição de partículas magnéticas à solução permite aderir às moléculas fluorescentes. Isso permite uma maior concentração de moléculas fluorescentes e uma medição muito mais precisa.
Alta sensibilidade e facilidade de operação
Dois objetivos principais orientaram o Dr. Danielli no desenvolvimento dessa tecnologia – simplificando o processo de diagnóstico e tornando-o mais preciso.
“Esse desenvolvimento depende do uso de dois pequenos eletroímãs, que são ímãs alimentados por uma corrente elétrica. Ao posicioná-los adequadamente, conseguimos criar um forte campo magnético e coletar todos os milhares de moléculas fluorescentes de toda a solução e agregá-los dentro do feixe de laser, multiplicando a intensidade do sinal por várias ordens de magnitude. Mas não é tudo. Em vez de bombear a solução, operamos alternadamente os eletroímãs, um à esquerda e outro à direita, movendo as moléculas de um lado para o outro, dentro e fora do feixe de laser. À medida que passam pelo feixe de laser, ficam iluminados. Quando saem do feixe de luz, eles não ficam mais iluminados. Essa cintilação nos permite, sem procedimentos adicionais, determinar com precisão se uma pessoa foi exposta ao coronavírus”, explica Danielli.
A alta sensibilidade da plataforma e sua facilidade de operação facilitam seu uso em aplicativos de assistência médica, onde os recursos são limitados.
P&D
Para fornecer aos médicos um método alternativo para detecção precisa, o grupo do Dr. Danielli também está colaborando com universidades europeias para identificar anticorpos que o sistema imunológico produz contra o coronavírus.
Enquanto o Dr. Danielli desenvolve kits para identificar várias doenças, como o zika e o coronavírus, a MagBiosense, uma empresa de dispositivos médicos, está desenvolvendo um dispositivo do tamanho de uma máquina de café doméstica baseada na tecnologia de Danielli.
Atualmente, o Dr. Danielli está à procura de um investidor para acelerar o desenvolvimento do kit de coronavírus, para que ele possa ser rapidamente introduzido em hospitais.
Contato:
Faculty of Engineering, Bar-Ilan University
Building 1105, Room 466
Ramat Gan, 52900, Israel
E-mail: amos.danielli@biu.ac.il
Fonte: EurekaAlert