A Netflix está atualmente promovendo um filme premiado, “Cuties”, que recebeu o nome de “Lindinhas” no Brasil e, apesar de se tratar de uma forma de erotização precoce, está sendo comercializado como “um conto de amadurecimento” pela gigante do streaming. Mas pessoas em todo o mundo estão expressando indignação e preocupação de que o filme sexualize meninas. Por isso, uma petição foi lançada em um esforço para removê-lo da Netflix.
Na terça-feira (18), a Netflix anunciou que “Cuties” – palavra em Inglês que significa pessoas atraentes ou carinhosas, especialmente uma mulher jovem – chegaria em breve à sua plataforma, compartilhando o trailer do filme, em Francês, no Twitter. O plug promocional diz: “Amy, 11, fica fascinada com uma equipe de dança twerking [estilo de dança em que grande parte dos movimentos se concentram em movimentos sensuais nos quadris e em agachamentos]. Na esperança de se juntar ao grupo, ela [Amy] começa a explorar sua feminilidade, desafiando as tradições de sua família.”
O Hollywood News publicou a sinopse completa do filme:
“Amy, de 11 anos, mora com a mãe, Mariam, e o irmão mais novo, esperando que o pai volte para a família vindo do Senegal. Amy é fascinada pela desobediente equipe de dança da vizinha Angélica, um grupo que contrasta fortemente com os valores tradicionais profundamente arraigados de Mariam. Implacável pela demissão brutal inicial das meninas e ansiosa para escapar da disfunção latente de sua família, Amy, por meio de uma consciência acesa de sua feminilidade crescente, impulsiona o grupo a abraçar com entusiasmo uma rotina de dança cada vez mais sensual, despertando a esperança das meninas de mexer no seu caminho para estrelato em um concurso de dança local.”
Mesmo antes de seu lançamento na grande plataforma, o filme internacional gerou indignação em todo o mundo. Além de desmoralizar os valores tradicionais da família, o filme promove a imoralidade e a promiscuidade para meninas, buscando sexualizá-las precocemente, e dessa forma, violando a proteção da criança, que é dever da sociedade e um direito fundamental garantido por lei à criança.
O pôster do filme lançado para promover o filme provocou ainda mais indignação. Ele mostra a personagem principal de 11 anos agachada, com as pernas abertas e ao fundo, sua equipe; todas as quatro meninas em posições sensuais e usando tops expondo a barriga, shorts curtíssimos e colados, e joelheiras semelhantes ao uniforme de uma jogadora de vôlei.
Uma petição foi iniciada pedindo a remoção de “Cuties” da Netflix. Seu apelo é:
“Este filme/programa é nojento, pois sexualiza uma criança de ONZE anos para o prazer de pedófilos e também influencia negativamente nossos filhos! Não há necessidade desse tipo de conteúdo nessa faixa etária, especialmente enquanto o tráfico sexual e a pedofilia são tão comuns!”
A petição se encontra neste link:
Até o fechamento dessa reportagem, o abaixo-assinado já contava com quase 40 mil assinaturas e milhares de cometários de pessoas indignadas com o filme.
“Crianças de onze anos não precisam ser sexualizadas“, escreveu Cynthia Newlin.
Savannah Ross disse: “Isso é nojento”.
“Não há razão para que as crianças sejam retratadas de maneira sexual. Isso criará uma ladeira escorregadia e em breve muitas coisas serão aceitáveis quando NÃO DEVERIAM”, escreveu Mikiyah Brown.
“Isso nunca será ok, ou ‘normal’! Crianças não são ‘sexy’ (sensuais)! Que as crianças tenham sua inocência e sua infância!”, disse Rochelle Escobedo.
“Conteúdo profundamente consternado como este está sendo lançado pela Netflix. Isso é prejudicial para a nossa população jovem de menores do sexo feminino e também perigoso para a sua exploração por terceiros”, alertou Bianca Garcia.
Erotização de crianças e a pedofilia
A erotização precoce da criança incita a pedofilia, segundo pediatras.
Em 2019, ocorreu o caso da revista Vogue Kids. A Justiça determinou que a Editora Globo retirasse de circulação os exemplares da revista por publicar fotos de crianças em poses sensuais, vestidas de biquíni.
“A erotização precoce da criança não é pontual é uma tendência”, disse o pediatra Daniel Becker, na época, à Rede Brasil Atual.