Em entrevista concedida ao Correio Braziliense, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), falou sobre as manifestações em defesa do governo federal que estão previstas para o próximo dia 15.
Na visão de Gilmar, “não faz sentido” ir às ruas pois “o Congresso está deliberando de maneira madura, como nunca se via”.
“A gente deve gastar energia com questões, de fato, substanciais. Se houvesse um projeto de reforma e, de fato, o Congresso não estivesse votando, então, vamos fazer uma manifestação para que haja uma deliberação mais célere. Mas não faz sentido isto. O Congresso está deliberando de uma maneira madura, como há muito não se via”, disse o ministro.
Gilmar Mendes também defendeu que a dificuldade para se aprovar projetos do Executivo no Congresso faz parte do “jogo democrático” e que “não devemos ter nenhuma saudade do regime militar”.
“Devemos esclarecer a opinião pública. Vejo, por exemplo, algumas pessoas dizendo: saudades da ditadura militar. Fui aluno de universidade no período do governo militar. Vi a universidade invadida por militares. Não tenho saudade alguma. Tivemos ditadura, sim, lamentável. Não devemos ter nenhuma saudade do regime militar”, declarou.
E completou: “Quer dizer, há alguma que coisa está sendo impedida de se fazer dentro do jogo democrático? Ah, mas tem que negociar com o Congresso. É assim mesmo. O regime democrático é, de fato, dificultoso. Edita uma medida provisória e tem que aprovar no Congresso e, para isso, precisa ter maioria. Isso é assim em qualquer país democrático”.