A Nigéria está enfrentando uma séria ameaça de grupos terroristas islâmicos. Muçulmanos militantes estão travando uma insurgência para derrubar o governo e “livrar” o país dos cristãos, informou a CBN News.
De acordo com o principal general do Comando de Operações Especiais dos EUA na África, o major-general Dagvin Anderson, após perder terreno na Síria e no Iraque, a Al Qaeda, o Estado Islâmico e outros grupos terroristas islâmicos estão agora tentando dominar partes da nação mais populosa do continente.
Dagvin Anderson disse que os terroristas muçulmanos estão de olho nas regiões sul e noroeste da Nigéria e os EUA agora estão compartilhando inteligência específica com o país.
“Esse compartilhamento de inteligência é absolutamente vital e continuamos totalmente engajados com o governo da Nigéria para fornecer a eles entendimento sobre o que esses terroristas estão fazendo”, disse Anderson a repórteres durante uma recente entrevista coletiva.
O objetivo desses terroristas é transformar a Nigéria em um país muçulmano e forçar os cristãos, que representam metade da população do país, a abandonar ou se converter ao islamismo.
“Os cristãos estão no olho do alvo e estão vindo atrás deles”, alertou Dede Laugesen, da organização “Save the Persecuted Christians” (Salve os Cristãos Perseguidos).
Os números são impressionantes.
Em 7 de agosto, os muçulmanos invadiram cinco aldeias cristãs remotas no estado de Kaduna, matando 33 moradores. De 24 a 21 de julho, pessoas morreram, dezenas de feridos e várias casas cristãs foram destruídas por militantes. Em 10 de julho, 27 pessoas mortas quando agressores armados com armas de fogo e facões atacaram uma recepção de casamento.
E a lista continua. Os principais grupos de direitos humanos dizem que o que está acontecendo na Nigéria é um genocídio.
“Se você olhar para o que está acontecendo lá nos últimos 20 anos, são apenas ataques massivos contra os cristãos”, disse Jeff King, presidente da International Christian Concern, à CBN News. “Olha, 50 a 70 mil foram assassinados.”
Durante anos, o principal grupo terrorista foi o Boko Haram, que busca derrubar o governo nigeriano e criar um Estado islâmico.
“Eles perseguem cristãos e muçulmanos moderados, defendem uma agenda islâmica linha-dura e sua intenção é estabelecer um califado e livrar toda a Nigéria e a África Ocidental de qualquer influência ocidental”, disse Laugesen à CBN News.
Agora, há um novo ator em cena.
Na região chamada “Cinturão Médio” da Nigéria, onde o Norte (muçulmano) encontra o Sul (cristão), um grupo terrorista muçulmano formado por pastores de rebanho nômades, os Fulanis, está matando milhares de cristãos.
Mais de 1.400 cristãos foram assassinados apenas nos primeiros sete meses de 2020 por pastores Fulani.
“Infelizmente, a mídia secular é frequentemente tendenciosa e tenta apresentar isso como um conflito tribal ao invés de religioso”, Petr Jasek, que é o autor do livro, “Imprisoned With ISIS: Faith in the Face of Evil (Cativo com o Estado Islâmico: Fé na Face do Mal, tradução livre).
Segundo Laugesen, o presidente da Nigéria, um muçulmano, fez pouquíssimo para impedir o derramamento de sangue dos cristãos em seu país. Sua polícia e exército também são em sua maioria muçulmanos.
“Os agressores nunca são capturados, não são processados, os serviços de segurança respondem muito lentamente, um dia inteiro pode continuar com ataques acontecendo e nenhum segurança aparece e frequentemente os funcionários do governo fornecem cobertura”, explicou Laugesen.
Desamparados e vulneráveis a ataques quase diários, os principais bispos católicos estão pedindo aos cristãos nigerianos que se defendam.
Grupos de direitos humanos estão pedindo à Casa Branca que nomeie um enviado especial para ajudar a acabar com a perseguição aos cristãos na Nigéria.
“A menos que o mundo tome nota e coloque pressão, pressão econômica, sanções, proibição de vistos a esses funcionários que são responsáveis por esta farsa e por não governar neste terror, senão, a Nigéria continuará a ser uma banheira de sangue”, advertiu Laugesen.
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Enquanto isso, o grupo de Jeff King está ajudando mais de 3.000 cristãos que perderam seus negócios, casas, fazendas ou terras como consequência de ataques de militantes do Boko Haram e dos Fulanis.
A International Christian Concern criou fazendas comunitárias para dar às vítimas a oportunidade de reconstruir suas vidas.
“Quando eles voltam ao trabalho, a família é alimentada, eles têm um futuro, as crianças podem voltar para a escola”, disse Jeff King à CBN News. “É uma restauração da esperança, realmente é e é muito mais do que apenas restaurar a economia, é [restaurar] toda a comunidade, todas as partes da vida: o emocional, o físico, o mental. Significa muito para eles.”