O médico chinês que alertou o público sobre uma possível epidemia de uma doença “semelhante à SARS” em dezembro de 2019 morreu nesta quinta-feira, 6.
Em dezembro, o Dr. Li Wenliang foi ameaçado pelo governo depois que publicou um texto alegando preocupações sobre o novo coronavírus, antes mesmo da doença ser identificada.
De acordo com o governo chinês, ele teria morrido nesta quinta-feira, 6, após adquirir o vírus doença.
Wenliang é um oftalmologista de 34 anos, e alertou colegas clínicos em um bate-papo em grupo em dezembro sobre uma doença do tipo SARS surgindo em um dos principais hospitais da cidade de Wuhan, informou a BBC News.
Ele foi instruído pelas autoridades do governo a parar de “fazer comentários falsos”.
A BBC News informou que autoridades visitaram Wenliang e o acusaram de “ter perturbado gravemente a ordem social”. Eles lhe apresentaram uma carta oficial, afirmando:
“Nós o advertimos solenemente: se você continuar sendo teimoso, com tanta impertinência e continuar essa atividade ilegal, será levado à justiça – isso é compreendido?”.
Após ser diagnosticado com a doença em janeiro, ele foi elogiado nas mídias sociais chinesas como um herói por se manifestar antecipadamente.
A morte de Wenliang foi confirmada quinta-feira pela Organização Mundial da Saúde durante uma coletiva de imprensa sobre o vírus.
Hospital nega
O Hospital Central de Wuhan, na China, informou em um post na rede social Weibo que o médico Li Wenliang não morreu – continua internado “em estado crítico”.
Sua morte havia sido anunciada pela rede estatal chinesa CGTN – que depois apagou o post– e repercutida por veículos como a CNN e entidades como a Organização Mundial da Saúde.