Foto: Letícia Moreira/ÉPOCA
A tentativa do deputado Jair Bolsonaro, pré-candidato à presidência da República, de se apresentar como opção liberal-conservadora nas eleições de outubro, começa a ganhar contornos mais definidos, pelas mãos do economista Paulo Guedes, anunciado como seu possível ministro da Fazenda
Em entrevista ao Valor, Paulo Guedes disse que, no plano de governo haverá um amplo programa de privatização capaz de arrecadar R$700 bilhões.
Cotado para o Ministério da Fazenda caso Bolsonaro seja eleito, o economista quer que a venda de ativos da União reduza em 20% a dívida pública federal, hoje em torno de R$3,5 trilhões.
Guedes também defendeu, segundo o jornal, uma inversão do sistema de distribuição de arrecadação fiscal, que passaria a irrigar os orçamentos de Estados e municípios, com a desconcentração de poder e recursos da União (“mais Brasil e menos Brasília”).
O renomado economista ainda disse acreditar que essa descentralização reduziria a pressão fisiológica de deputados e senadores, que passariam a apoiar Bolsonaro em “bases mais programáticas”.
QUEM É PAULO GUEDES?
Anunciado por Jair Bolsonaro em novembro de 2017 como seu possível Ministro da Fazenda, Paulo Guedes é um dos fundadores do Banco Pactual – que posteriormente foi comprado e integra hoje o BTG Pactual, um dos maiores do país. Também criou o BR Investimentos, hoje parte da Bozano Investimentos – empresa que investe em ações privadas (private equity) e da qual ele faz parte.
Guedes também é ph.D em economia pela Universidade de Chicago, instituição que é considerada uma referência do pensamento econômico liberal. O economista já foi membro do conselho de administração de companhias como Localiza, PDG e Anima Educação. Além da atuação no mercado financeiro e corporativo, foi fundador do Ibmec, instituição educacional com cursos de graduação em economia e administração, e é autor de colunas no jornal O Globo.