Após ter cerca de 40 funcionários afastados por coronavírus (entre confirmados e suspeitos) e um morto pela doença, o Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro entrou com uma ação pedindo uma inspeção sanitária na sede do SBT Rio em São Cristóvão, zona norte da capital fluminense.
A emissora vem sendo alvo de duras críticas de seus funcionários pela falta de ações para proteger seus trabalhadores durante a pandemia de covid-19.
O prédio da emissora na cidade carioca, dispõe de poucas janelas e, segundo funcionários, não foi disponibilizado material de proteção para os mesmos.
Na segunda-feira (13), a morte por coronavírus do editor de imagens José Augusto Nascimento Silva, de 58 anos, funcionário há mais de 30 anos do SBT, revoltou atuais e ex-funcionários da emissora de Silvio Santos, que denunciaram “condições insalubres” de trabalho.
José Augusto, antes do falecimento, chegou a reclamar em áudios no WhatsApp com alguns amigos sobre as condições de trabalho.
“Nenhum lugar no Rio de Janeiro tem mais casos suspeitos que no SBT. (…) Eu agora estou sob suspeita, inclusive com atestado de 14 dias que o doutor deu porque me calcei, sabe que não sou burro. Se tiver que processar essa turma eu vou processar. Acho de uma irresponsabilidade tremenda”, esbravejou o editor.
Segundo o portal UOL, também existe a petição de uma liminar sendo preparada pela promotora Luciene Vasconcelos solicitando a interdição do local.
Procurada pelo Conexão Política, a assessoria de imprensa do SBT enviou a seguinte nota:
“A direção do SBT manifesta seu profundo pesar pelo falecimento de seu colaborador, uma perda lastimável para todos, e presta toda a assistência à família, desejando que tenham força para superar este momento tão difícil. O SBT reitera que adotou as adequadas medidas para prevenção do contágio e enfrentamento dessa doença, atendendo as determinações dos órgãos de saúde e autoridades sanitárias, e desconhece a origem e circunstâncias dos áudios mencionados, e pede que todos tenham respeito e consideração pelas pessoas citadas.”