Médicos legistas de Miami estão investigando a morte de um médico semanas depois que ele recebeu a vacina contra covid-19 da Pfizer.
Darren Caprara, diretor de operações do Departamento de Legistas, disse que sua equipe está trabalhando com o Departamento de Saúde da Flórida e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos para investigar a morte do obstetra Dr. Gregory Michael.
“Sua morte não está definitivamente ligada à vacina, mas isso está entre as possibilidades que estão sendo exploradas”, acrescentou Caprara.
De acordo com o site do Dr. Gregory Michael, de 56 anos, ele trabalhou como obstetra e ginecologista no ‘Mount Sinai Medical Center’, em Miami Beach, nos últimos 15 anos da carreira.
Caprara disse que Michael recebeu uma vacina em 18 de dezembro e morreu “no final de 3 de janeiro para o dia 4”.
Uma autópsia foi realizada na terça-feira (5), disse Caprara, com a causa da morte pendente da conclusão dos estudos pelo legista e agências parceiras.
Ele não revelou qual vacina Michael recebeu; no entanto, apenas a Pfizer foi oferecida fora dos testes clínicos na semana em que Michael foi vacinado.
Cautela
“A Pfizer e a BioNTech estão cientes da morte de um profissional de saúde dezesseis dias após receber a primeira dose”, disse a Pfizer em um comunicado.
“É um caso clínico altamente incomum de trombocitopenia grave, uma condição que diminui a capacidade do corpo de coagular o sangue e parar o sangramento interno”, acrescentou.
“Estamos investigando ativamente este caso, mas não acreditamos no momento que haja qualquer conexão direta com a vacina”, disse a empresa em nota.
Funcionários do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) disseram a repórteres na quarta-feira (6) que não houve nenhuma reação preocupante às vacinas contra a covid-19 além de 29 casos de reações alérgicas graves – ou apenas 11,1 casos de anafilaxia por 1 milhão de doses administradas.
De acordo com o CDC, mais de 5,3 milhões de pessoas receberam sua primeira dose de uma vacina contra a covid-19 nos Estados Unidos.
“Nossos pensamentos imediatos estão com a família enlutada”, acrescentou Pfizer.
Repercussão
A esposa do Dr. Gregory Michael, Heidi Neckelmann, postou na quarta-feira (6), em seu Facebook, uma mensagem após a morte do marido.
“O amor da minha vida, meu marido Gregory Michael MD, um obstetra que trabalhou no Centro Médico Mount Sinai, em Miami Beach, morreu anteontem devido a uma forte reação à vacina contra a Covid.”
“Ele era uma pessoa de 56 anos muito saudável, amado por todos na comunidade, ajudou a nascer centenas de bebês saudáveis e trabalhou de forma incansável na pandemia.”
“Ele foi vacinado com a vacina Pfizer no MSMC em 18 de dezembro e 3 dias depois viu um forte conjunto de petéquias nos pés e mãos, o que o fez chamar atenção no pronto socorro do MSMC. O hemograma que foi feito à chegada mostrou que a sua contagem de plaquetas era 0 (uma contagem normal de plaquetas varia de 150.000 a 450.000 plaquetas por microlitro de sangue). Ele foi internado na UTI com diagnóstico de ITP aguda [trombocitopenia grave] causada por uma reação à vacina contra a covid. Uma equipa de médicos especialistas tentou durante 2 semanas aumentar a sua contagem de plaquetas sem sucesso. Especialistas de todo o país estiveram envolvidos nos cuidados dele. Independentemente do que fizeram, a contagem de plaquetas recusou-se a subir. Ele estava consciente e forte durante todo o processo, mas 2 dias antes de uma cirurgia de última instância, teve um AVC hemorrágico causado pela falta de plaquetas, que lhe tirou a vida em questão de minutos.”
“Ele era um defensor da vacina, por isso é que ele próprio a tomou.”
“Acredito que as pessoas devem estar cientes que efeitos colaterais podem acontecer, que não é bom para todos, e neste caso, destruiu uma vida linda, uma família perfeita, e afetou tantas pessoas na comunidade.”
“Não deixes que a sua morte seja em vão, por favor, salve mais vidas fazendo destas informações, notícia.”
Família
Dr. Gregory Michael e Heidi Neckelmann eram casados há 21 anos e se relacionavam há 28 anos.
Heidi disse que a filha de 15 anos do casal está lutando para assimilar que seu pai amoroso se foi.
“Ambos eram músicos. Eles tocavam violão juntos. Eles tiveram a maior conexão de todos os tempos”, disse Heidi ao Daily Mail.
“Não vou deixar minha filha ou qualquer outra pessoa da minha família tomar a vacina agora, não até sabermos que eles eliminaram todos os erros e garantirem que é segura. Não quero que pessoas adoeçam de Covid e não sou contra vacinas, mas precisamos desacelerar as coisas”, acrescentou.
“Eles estão dando esta vacina para algumas das pessoas mais importantes, os médicos e enfermeiras que cuidam de nós, bem como os idosos, os mais vulneráveis. Como médico, meu marido não gostaria que ninguém tomasse algo que não fosse seguro”, concluiu Heidi.