Mais de 80 membros de uma quadrilha chinesa foram presos por fabricação e venda de vacinas falsas contra covid-19 na China e no exterior. Eles foram detidos nas províncias de Jiangsu e Shandong e na cidade de Pequim, informou o The New York Times.
Segundo o jornal, o grupo injetava uma solução salina simples em frascos e vendia-os como imunizantes desde setembro de 2020.
A Associated Press (AP) informou que mais de 3.000 vacinas falsas foram vendidas na China e em outros países, embora a polícia chinesa não tenha especificado em quais.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, anunciou que as autoridades chinesas “relataram a situação aos países relevantes”, de acordo com a AP.
Não é a primeira vez que ocorre a produção e venda de vacinas falsas na China. Em 2016, duas pessoas foram presas por operar uma rede que vendia milhões de vacinas armazenadas indevidamente, segundo a AP.
As consequências políticas dos escândalos de vacinas na China fizeram com que o próprio povo chinês perdesse a confiança na eficácia das vacinas domésticas, fazendo com que os cidadãos com maiores condições financeiras optassem pelas vacinas ocidentais, de acordo com o The Times.
A China está desenvolvendo três vacinas das empresas Sinopharm, Sinovac e CanSino. Mas somente a vacina da estatal Sinopharm foi aprovada para uso doméstico até o momento.
Até o momento, as empresas do país não foram transparentes na divulgação dos dados de suas vacinas contra o coronavírus. De acordo com a Deutsche Welle, apenas dados parciais sobre a eficácia das vacinas foram divulgados, e essas informações iniciais indicam, por ora, uma eficácia mais baixa do que as vacinas de competição ocidental.