Nesta segunda-feira (29), o ex-presidente argentino Mauricio Macri fez um apelo para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifeste sobre o resultado das eleições na Venezuela. O pedido surge após a oposição venezuelana não reconhecer o resultado da eleição presidencial após indícios de fraude.
“Espero que o presidente Lula, a quem para além de nossas diferenças considero um democrata, não permaneça calado. O que está acontecendo na Venezuela atenta contra a democracia e é um enorme risco que essa ditadura perdure na nossa região. Os venezuelanos e muitos líderes da América Latina e o mundo esperam sua palavra neste momento difícil”, escreveu Macri em uma rede social.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela informou que o atual ditador do país, Nicolás Maduro, foi reeleito com 51,2% dos votos, enquanto o principal candidato oposicionista, Edmundo González, obteve 44,2%.
No entanto, a oposição, liderada pela ex-deputada María Corina Machado, denuncia que teve acesso a apenas 40% das atas de totalização de votos impressas pelas urnas e acusa o governo de ter interrompido a transmissão dos resultados de forma deliberada.
Segundo a oposição, com base nas atas obtidas, o candidato de oposição teria recebido 70% dos votos. María Corina Machado afirmou: “A Venezuela tem um novo presidente eleito, e é Edmundo González”, desmentindo os resultados oficiais divulgados pelo CNE.
Em uma entrevista exclusiva à CNN antes das eleições, Corina expressou a crença de que Lula está “entre as pessoas da comunidade internacional que mais influência podem ter em Nicolás Maduro”.
Celso Amorim, assessor especial do presidente brasileiro para assuntos internacionais, está na Venezuela acompanhando o processo eleitoral, mas ainda não fez declarações sobre o resultado das eleições.