Luíz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta terça-feira (19), em Havana, com Raúl Castro e Miguel Díaz-Canel, líderes do regime comunista cubano, informou a Cubanet.
O jornal oficial Granma informou que “em clima de fraternidade, os principais dirigentes cubanos e o presidente honorário do Partido dos Trabalhadores discutiram as históricas relações de fraternidade entre povos e partidos”.
Durante o encontro, Lula “condenou a intensificação do bloqueio e a incorporação de Cuba à Lista de Países que Patrocinam o Terrorismo pelo governo do presidente americano Donald Trump”. Ele também demonstrou seu apoio ao trabalho dos médicos cubanos no Brasil, bem como ao trabalho das brigadas médicas no exterior.
Além disso, Lula agradeceu ao regime de Cuba pelas “demonstrações de solidariedade” durante os 19 meses que passou na prisão, após ser condenado por corrupção.
Tentativa de retomada do poder?
No entanto, por trás das declarações formais sobre os encontros de Lula em Havana, pode estar uma estratégia para uma nova tentativa da esquerda retomar o poder no Brasil.
O Granma destacou que também estiveram presentes o primeiro-ministro cubano, Manuel Marrero Cruz, o chanceler Bruno Rodríguez Parrilla e o jornalista, político e escritor brasileiro Fernando Gomes de Morais.
“Agradecemos a visita fraterna e a mensagem de solidariedade do ex-presidente Lula, diante da inclusão de Cuba na lista dos Estados patrocinadores do terrorismo; bem como seu repúdio ao fortalecimento contínuo do bloqueio dos Estados Unidos contra nosso país”, escreveu o chanceler Rodríguez em sua conta no Twitter.
Agradecemos la visita fraterna y el mensaje de solidaridad del hermano ex presidente @LulaOficial, ante la inclusión de #Cuba 🇨🇺 en la lista de Estados patrocinadores del terrorismo; así como su repudio al continuo reforzamiento del bloqueo de #EEUU contra nuestro país. pic.twitter.com/ed3byP1dqH
— Bruno Rodríguez P (@BrunoRguezP) January 20, 2021
Em novembro de 2019, Lula foi libertado da prisão depois que o Supremo Tribunal Federal decidiu que um condenado só pode ser preso depois de esgotados todos os recursos legais possíveis. Mesmo Lula tendo pelo menos outros oito processos abertos na Justiça por crimes de corrupção, tráfico de influência e lavagem de dinheiro, entre outros, o condenado recebeu autorização para viajar para o exterior.
No início do ano passado, o condenado Lula inicialmente negou que tivesse qualquer intenção de aparecer nas eleições. No entanto, várias vozes da esquerda brasileira, incluindo a de Dilma Rousseff, têm incentivado uma possível candidatura de Lula para as eleições de 2022. Por isso, acredita-se que Lula aguça sua candidatura em Cuba.