O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta última terça-feira (2) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) merece um julgamento ‘justo’ no âmbito da Operação Lava Jato.
Preso em 2018, o petista está em liberdade desde 2019, quando a Suprema Corte proibiu a prisão automática após a condenação em segunda instância.
“Nós temos que encerrar essa preocupação midiática de julgar o Lula tendo em vista esse desiderato: fazê-lo inelegível. Eu sempre digo: Lula é digno de um julgamento justo”, afirmou Gilmar, em entrevista para o Canal do Datena.
Em maio do ano passado, a 8ª turma do Tribunal Regional Federal da 4ª região (TRF-4) manteve a condenação do ex-presidente a 17 anos no caso do sítio de Atibaia.
Os desembargadores não acataram os embargos de declaração apresentados pela defesa e negaram todos os recursos.
Durante a entrevista com Datena, Gilmar aproveitou para comentar sobre as mensagens trocadas pelo então juiz Sergio Moro e procuradores da Lava Jato em Curitiba.
“Os diálogos não são de anjo. O Moro assume uma posição de chefe do grupo de força-tarefa e o [procurador] Deltan Dallagnol faz consultas de como deve proceder, manda informações e combina ações”, condenou o ministro do STF.
Segundo ele, “as forças-tarefas que vierem a se estruturar não poderão usar esse modelo de cooperação, essa relação promíscua entre procuradores e juízes”.
E completou:
“Os trapezistas morrem quando pensam que voam. Aqui, os trapezistas achavam que voavam e provocaram uma grande catástrofe para a Justiça brasileira, para o Ministério Público e segmentos de investigação.”